Hoje, meu coração se enche de saudade e gratidão. Se meu amigo Genivan Silva Neri estivesse entre nós, estaria celebrando seu 61º aniversário. Mais do que uma data, é um marco que nos faz recordar a trajetória de um companheiro cuja vida foi dedicada à luta por justiça social, educação e igualdade. Genivan era, em muitos sentidos, o símbolo de uma geração de militantes que jamais abandonaram seus ideais, mesmo diante dos maiores desafios.
Genivan não era apenas um militante socialista. Ele era uma força da natureza, como a primavera em que nasceu — uma estação que carrega consigo a promessa de renovação e a beleza das flores. E, assim como a primavera, ele florescia em sua cidade natal, Vitória da Conquista, irradiando a esperança de um mundo melhor em cada ação, em cada luta. Sua vida foi marcada por um profundo compromisso com a transformação social, não apenas em palavras, mas em gestos concretos, em dias de mobilização, em debates e manifestações.
Como professor da rede estadual de educação, Genivan foi mais do que um educador. Ele era uma inspiração para seus alunos, um exemplo de que a verdadeira educação vai além dos muros da escola — ela envolve a consciência crítica, o compromisso com a sociedade e a busca constante pela igualdade. Sua presença na APLB, como dirigente local, foi marcada por uma postura firme, combativa e, ao mesmo tempo, profundamente humana. Ele sabia que a luta dos professores era, antes de tudo, a luta por um futuro mais justo para as gerações que viriam.
E quem pode esquecer o seu papel nos movimentos sociais de Vitória da Conquista? Genivan era uma peça fundamental no Fórum Sindical e Popular da cidade. Nas reuniões, marchas e ações conjuntas, sua voz era sempre ouvida, sua energia, sempre contagiante. Ele acreditava no poder do coletivo, na força que nasce quando os trabalhadores, estudantes e todos os marginalizados se unem em prol de uma causa maior. Para Genivan, cada luta era um passo em direção à utopia socialista que ele sonhava construir.
No entanto, naquela tarde de sábado, 26 de setembro de 2020, Genivan partiu. A notícia de sua partida ecoou entre os companheiros, e o vazio que deixou foi sentido profundamente por todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Mas, assim como as flores da primavera que caem ao chão para dar lugar a novas sementes, o legado de Genivan não foi interrompido com sua morte. Ele vive nas causas que defendemos, nos sorrisos de seus alunos e na memória de sua contribuição para o movimento sindical e popular.
O “Coração de Estudante” que Genivan carregava no peito jamais deixou de bater, mesmo quando ele assumiu novos papéis como líder, professor, amigo. Seu espírito jovem e indomável, sempre em busca de um amanhã mais justo, é uma inspiração eterna para todos nós que seguimos em frente. Genivan vive na primavera de cada nova luta, de cada nova vitória que alcançamos em nome de um mundo mais igualitário.
Hoje, ao lembrar desse amigo, desse militante incansável, o que me resta é um profundo respeito e gratidão. Gratidão por ter caminhado ao lado dele em tantas batalhas, por tê-lo conhecido, por ter compartilhado com ele o sonho de um mundo melhor. Genivan partiu, mas sua luta continua. E enquanto houver esperança, enquanto houver primavera, Genivan estará presente, florescendo em cada ato de resistência e em cada vitória que conquistarmos.
Parabéns, Genivan, onde quer que esteja. Sua memória continua viva, e sua luta é nossa inspiração.
Padre Carlos