A BR-116, uma das rodovias mais importantes do Brasil, tem seu trecho Sudoeste, que atravessa Vitória da Conquista, como um dos mais movimentados e perigosos do país. Fundamental para o escoamento de 25% das cargas que entram na Bahia, essa via é dominada por veículos de grande porte, com 95% do tráfego composto por caminhões e carretas. No entanto, o que deveria ser apenas um ponto vital da logística nacional, tem se transformado em um cenário de tragédias evitáveis.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, em 2023, a região Sudoeste da BR-116 registrou 218 acidentes envolvendo caminhões, resultando em 95 feridos e 11 mortos. E os números de 2024 não mostram sinais de melhora: até setembro, já são 157 acidentes, com 62 feridos e 5 mortes confirmadas. Esses números alarmantes trazem à tona uma realidade preocupante: a imprudência de muitos motoristas de caminhão está matando.
O excesso de velocidade, as ultrapassagens indevidas e o desrespeito às regras de trânsito são algumas das principais causas das colisões, segundo autoridades. Embora a fiscalização exista, a combinação de rodovias desgastadas e a negligência no volante gera uma tragédia anunciada.
A pergunta que fica é: até quando vidas continuarão sendo ceifadas na BR-116 Sudoeste? Enquanto os motoristas não tomarem consciência de que suas atitudes têm consequências, e o poder público não intensificar ações de fiscalização e educação no trânsito, a rodovia seguirá sendo palco de desastres.
A importância econômica da BR-116 não pode se sobrepor ao direito à vida. Evitar tragédias requer responsabilidade e uma ação conjunta de todos os envolvidos.