Política e Resenha

Eleições 2024: 47 Cidades Brasileiras Caminham para Decisão no Primeiro Turno

 

 

 

O levantamento recente do Bahia Notícias, que aponta que 47 dos 103 municípios brasileiros com mais de 200 mil habitantes devem encerrar suas eleições no primeiro turno, revela tendências interessantes no cenário político de 2024. Com base nas pesquisas eleitorais, fica evidente que partidos como o PL e o PSD se destacam como grandes forças políticas, com chances reais de conquistar um número expressivo de prefeituras já no primeiro turno.

A legislação brasileira estabelece que, nas cidades com mais de 200 mil eleitores, o segundo turno é obrigatório caso nenhum candidato atinja mais de 50% dos votos válidos. O fato de tantas cidades estarem projetadas para resolver suas disputas já no primeiro turno sinaliza um cenário em que as preferências dos eleitores parecem mais cristalizadas e as campanhas, mais centradas em candidatos amplamente aceitos.

A Consolidação de Partidos Tradicionais

O levantamento revela que partidos tradicionais, como o PL e o PSD, têm uma vantagem considerável em muitos desses municípios. O PL, por exemplo, lidera em oito cidades, enquanto o PSD está à frente em sete. Essa concentração de poder nas mãos de partidos mais estabelecidos é um sinal de que as estratégias eleitorais desses grupos continuam eficientes em mobilizar seus eleitores.

Essa tendência também reforça a capacidade desses partidos de atuar com estruturas políticas locais bem desenvolvidas. A construção de alianças fortes, o controle das narrativas de campanha e o uso de pesquisas para ajustar as estratégias em tempo real são fatores que contribuem para o sucesso desses candidatos. O resultado? A antecipação de vitórias no primeiro turno, evitando o desgaste de uma disputa prolongada.

O Papel das Capitais

Nas capitais, a mesma tendência se verifica, com cidades como Florianópolis, Salvador e Rio de Janeiro prestes a decidir suas eleições já no próximo domingo. Essa consolidação de vitórias no primeiro turno em capitais de grande relevância política, como o Rio de Janeiro e Salvador, demonstra como os candidatos em destaque conseguiram se posicionar como favoritos, muitas vezes enfrentando adversários que não conseguiram construir uma base eleitoral sólida.

Isso nos leva a refletir sobre o quanto o cenário político mudou nas últimas décadas. Antigamente, eleições em grandes centros urbanos tendiam a ser mais acirradas, com o segundo turno funcionando como um mecanismo de decisão final entre propostas e visões distintas. Hoje, o domínio de figuras bem estabelecidas, como Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro e Bruno Reis (União Brasil) em Salvador, demonstra que as campanhas buscam cada vez mais uma vitória categórica desde o início, evitando a incerteza do segundo turno.

A Fragmentação de Outros Partidos

Se o PL e o PSD emergem como os grandes vencedores em potencial, a distribuição dos demais partidos também revela uma fragmentação interessante. União Brasil, PP, MDB, Podemos, Republicanos, entre outros, estão presentes em várias cidades, mas com menor concentração de vitórias projetadas no primeiro turno. Isso mostra que, embora esses partidos tenham relevância local, não conseguiram o mesmo nível de consolidação que o PL e o PSD.

Esse dado nos remete à questão de como a política local ainda é fortemente influenciada por dinâmicas regionais. Em algumas cidades, candidatos do PP, Podemos ou Republicanos conseguem despontar devido à sua conexão direta com os eleitores, enquanto em outras, partidos maiores como o PT ou PSB, enfrentam mais dificuldades. Esse é o reflexo de uma política que, em nível municipal, é muitas vezes moldada pelas especificidades e peculiaridades locais.

A Influência das Pesquisas e o Risco de Desinformação

As pesquisas eleitorais desempenham um papel central na forma como os partidos moldam suas campanhas. Contudo, é preciso ter cuidado ao interpretar esses números. A proximidade das eleições aumenta o risco de desinformação, especialmente nas redes sociais, onde dados podem ser manipulados para criar uma percepção distorcida da realidade. Assim, enquanto o levantamento do Bahia Notícias fornece uma imagem detalhada e precisa do cenário atual, os eleitores devem estar atentos à veracidade das informações que consomem.

Além disso, essa dependência crescente das pesquisas pode levar a um certo comodismo por parte de alguns eleitores, que, ao ver um candidato com larga vantagem, podem se sentir menos inclinados a votar, acreditando que o resultado já está garantido. Esse fenômeno é conhecido como “efeito de espiral de silêncio”, e sua ocorrência pode influenciar os resultados de maneira inesperada.

Conclusão

A eleição de 2024 já se mostra uma disputa altamente polarizada, com partidos tradicionais consolidando seu poder em várias cidades e um cenário de vitórias no primeiro turno sendo cada vez mais comum. O PL e o PSD, com suas amplas redes de apoio e campanhas bem estruturadas, parecem preparados para capitalizar esse momento e emergir como as grandes forças da política municipal.

No entanto, é fundamental que os eleitores permaneçam engajados e vigilantes quanto à integridade do processo eleitoral. A democracia depende de uma escolha informada e consciente, e cada voto é crucial para garantir que o futuro das nossas cidades seja decidido de forma justa e transparente.

O próximo domingo não marcará apenas o fim de uma campanha eleitoral, mas também o início de um novo capítulo político para milhares de brasileiros. E cabe a cada um de nós, eleitores, determinar como esse capítulo será escrito.

 

Todas as cidades:

PL – 8, PSD – 7, PP – 7, União Brasil – 7, MDB – 5, Podemos – 4, Republicanos – 3, PSB – 2, PT – 2, Novo – 1 e PSDB – 1

 

Vencedores nas capitais:

Boa Vista (RR) – Arthur Henrique (MDB) 64% (R)
Florianópolis (SC) – Topázio Neto (PSD) 51% (R)
João Pessoa (PB) – Cícero Lucena (PP) 53% (R)
Macapá (AP) – Dr. Furlan (MDB) 80% (R)
Maceió (AL) – JHC (PL) 73% (R)
Palmas (TO) – Janad Valcari (PL) 48%
Porto Velho (RO) – Mariana Carvalho (União Brasil) 51%
Recife – João Campos (PSB) 75% (R)
Rio Branco (AC) – Tião Bocalom (PL) 49% (R)
Rio de Janeiro (RJ) – Eduardo Paes (PSD) 53% (R)
Salvador (BA) – Bruno Reis (União Brasil) 74% (R)
São Luís (MA) – Eduardo Braide (PSD) 63% (R)
Vitória (ES) – Lorenzo Pazolini (Republicanos) 53% (R)

 

Vencedores nas demais cidades que podem não ter segundo turno:

Ananindeua (PA) – Dr. Daniel (PSB) 71% (R)
Bauru (SP) – Suéllen Rosin (PSD) 46% (R)
Betim (MG) – Heron Guimarães (União Brasil) 35%
Blumenau (SC) – Delegado Egídio (PL) 48%
Camaçari (BA) – Luiz Caetano (PT) 45,3%
Campina Grande (PB) – Bruno Cunha Lima (União Brasil) 53% (R)
Campos dos Goytacazes (RJ) – Wladimir Garotinho (PP) 71% (R)
Cariacica (ES) – Euclério Sampaio (MDB) 82% (R)
Carapicuíba (SP) – José Roberto (PSD) 50%
Contagem (MG) – Marília Campos (PT) 71% (R)
Diadema (SP) – Taka Yamauchi (MDB) 47%
Embu das Artes (SP) – Hugo Prado (Republicanos) 57%
Feira de Santana (BA) – Zé Ronaldo (União Brasil) 51%
Guarujá (SP) – Farid Madi (Podemos) 50%
Itaquequecetuba (SP) – Delegado Eduardo Boigues (PL) 80% (R)
Joinville (SC) – Adriano Silva (Novo) 73% (R)
Jundiaí (SP) – Parimoschi (PL) 43%
Magé (RJ) – Renato Cozzolino (PP) 86% (R)
Maringá (PR) – Silvio Barros (PP) 59%
Mogi das Cruzes (SP) – Mara Bertaiolli (PL) 46,3%
Nova Iguaçu (RJ) – Dudu Reina (PP) 53%
Osasco (SP) – Gerson Pessoa (Podemos) 58%
Petrolina (PE) – Simão Durando (União Brasil) 53% (R)
Praia Grande (SP) – Alberto Mourão (MDB) 66%
Ribeirão das Neves (PP) – Túlio Raposo (PP) 49%
Ribeirão Preto (SP) – Ricardo Silva (PSD) 54%
Santo André (SP) – Gilvan Jr. (PSDB) 51%
São Gonçalo (RJ) – Capitão Nelson (PL) 75%
São João de Meriti (RJ) – Léo Vieira (Republicanos) 46%
São José dos Pinhais (PR) – Nina Singer (PSD) 51% (R)
São Vicente (SP) – Kayo Amado (Podemos) 72%
Vila Velha (ES) – Arnaldinho (Podemos) 79% (R)
Vitória da Conquista (BA) – Sheila Lemos (União Brasil) 57% (R)
Volta Redonda (RJ) – Francisco Neto (PP) – 64%