Política e Resenha

Se confirmada, federação com União Brasil e PP tira um adversário da disputa em Vitória da Conquista e facilita a vida da prefeita Sheila Lemos

Na semana passada, voltaram a conversar sobre a possível formação de uma federação partidária o União Brasil, de ACM Neto e da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos, e o Partido Progressistas (PP), dirigido no município pelo ex-candidato a prefeito e a deputado estadual, Romilson Coração de Leão.

Romilson foi candidato a prefeito em 2020, tendo como principal avalista no PP o deputado federal Cláudio Cajado, com quem dobrou na eleição de deputado, ficando o federal com 1.073 votos e o estadual com 1.070, até agora a casadinha mais matematicamente perfeita da história conquistense. E é essa parceria que está sustentando a pré-candidatura a prefeito do Coração de Leão, apelido que ele se deu pela antiga relação com João Leão, que foi o vice-governador de Rui Costa até 2022 e renunciou para se reeleger deputado federal. Leão teve somente 407 votos em Conquista, mas longe de Romilson.

O PP é um dos partidos que a prefeita Sheila Lemos reivindica das lideranças estaduais para a sua campanha. Já conversou com Cacá Leão, filho de João, que foi o candidato a senador da chapa de ACM Neto no ano passado, com Mário Negromonte, presidente da legenda na Bahia, e até com Cajado, mas ninguém conseguiu remover Romilson do lugar.

Mas, se a federação de União e PP se concretizar, a situação muda e Sheila deverá ter um adversário a menos na busca de sua eleição em 6 de outubro do ano que vem, a não ser que Romilson mude de partido. Além da vida facilitada por ter um candidato a menos no caminho, a prefeita de Vitória da Conquista ainda ganhará preciosos segundos para a propaganda eleitoral de TV e rádio e será a primeira nesse aspecto na campanha.

A união dos dois partidos ainda é somente uma hipótese e os líderes que a defendem dizem que, por enquanto, é uma conversa, embora tenha quem aposte que é coisa de um mês para a costura ser feita. Se for concretizada, a federação passará a ter 109 deputados, a maior bancada na Câmara – a segunda, o PL, tem 97 – e 13 senadores. Também passaria a ter 1.276 prefeituras, o maior número no Brasil, superando o PSD, que tem 968 prefeitos e prefeitas.

A formação da federação com o PP e o União Brasil atenderia também a uma estratégia do presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira (PP), de fortalecer o nome de Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara, preferido para a sua sucessão. Elmar foi o deputado federal apoiado por Sheila em Vitória da Conquista.

Mais votados do PP
O candidato a deputado estadual do PP mais votado em Vitória da Conquista foi Vonca Gonçalves, que fazia parte do governo da prefeita Sheila Lemos e hoje é secretário municipal em Maiquinique, ele teve 1.488 votos. Em seguida, com 1.247 votos, Niltinho, apoiado pelo vereador Luís Carlos Dudé (MDB), líder da prefeita na Câmara Municipal. Para federal os mais votados do PP no município foram Neto Carletto, 1.262 votos, e Cláudio Cajado, 1.073 votos.

Federação
Desde 2017, as coligações foram extintas nas eleições para deputados e vereador, mas continuou valendo a união de partidos para as eleições majoritárias – presidente, senador, governador e prefeito. Em dezembro de 2021, depois de mudança na lei eleitoral aprovada pelo Congresso em setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou o assunto por meio da resolução nº 23.670 e os partidos passaram a poder se unir para apoiar qualquer cargo, desde que assim permaneçam durante todo o mandato a ser conquistado.

De acordo com o TSE, as federações se equiparam aos partidos políticos em direitos e deveres e devem possuir um estatuto próprio, com regras sobre fidelidade partidária e sanções a parlamentares que não cumprirem orientação de votação, por exemplo. Ou seja: todos os partidos que compõem uma federação apoiam um único candidato, sob pena de punição.