O ditado popular “dois bicudos não se beijam” parece descrever perfeitamente a situação atual entre Rodrigo Moreira e Marcos Adriano dentro do Partido Avante de Vitória da Conquista. Um relacionamento já desgastado, marcado por desentendimentos públicos e privados, culminou em boletins de ocorrência e agora, mais formalmente, em um processo de expulsão que parece selar de vez o fim dessa parceria turbulenta.
A nota oficial do Partido Avante, que formaliza a decisão de expulsar Marcos Adriano e seus aliados, é um sinal claro de que a liderança do partido em Vitória da Conquista, sob o comando de Ronaldo Carletto, não está disposta a tolerar o que chama de “condutas antipartidárias”. Marcos Adriano, ex-candidato a prefeito e uma figura influente que migrou do PDT para o Avante, agora se vê em uma situação delicada, onde sua presença parece indesejável.
O que chama a atenção nesse episódio é a tentativa do partido de minimizar o impacto das razões que motivaram essa drástica decisão. Embora a nota se abstenha de divulgar detalhes específicos, fica claro que há uma crise interna profunda, refletindo uma divergência de valores e uma disputa pelo controle do partido em nível municipal. Marcos Adriano, que chegou a representar uma força dentro do Avante, agora é visto como um “aventureiro”, segundo a própria nota, sugerindo que a liderança partidária deseja se livrar de figuras que não compartilhem plenamente os ideais do partido.
Este cenário revela mais do que uma simples briga de egos. Reflete o embate entre diferentes visões de política dentro de um partido em ascensão, que conquistou um número expressivo de prefeituras e vereadores na Bahia. É interessante observar como o Avante, ao se posicionar firmemente na defesa de sua coesão interna, tenta se consolidar como uma força política disciplinada, focada na geração de empregos e na justiça social, como preconiza seu líder Ronaldo Carletto.
Por trás dessa crise, há questões de lealdade e poder que afetam diretamente o futuro do partido em Vitória da Conquista. A decisão de abrir um procedimento de expulsão contra Marcos Adriano sugere que o Avante está disposto a cortar na carne para manter sua integridade. O partido oferece uma porta de saída “honrosa” aos envolvidos, mas deixa claro que, caso a oportunidade não seja aproveitada, o processo seguirá seu curso até a exclusão definitiva.
Essa situação coloca o Partido Avante em uma encruzilhada. Se por um lado, é vital para o partido manter sua identidade e não se deixar levar por figuras que possam desestabilizar sua trajetória, por outro, há sempre o risco de que essa purga interna acabe alienando parte da base que apoiou Marcos Adriano e seus aliados.
No entanto, uma coisa é certa: o Avante está determinado a manter sua linha ideológica e sua organização partidária intactas. A postura firme adotada pela comissão municipal sinaliza que, mais do que um partido em crescimento, o Avante busca ser uma organização sólida e comprometida com seus valores, mesmo que isso signifique expulsar aqueles que, em algum momento, foram figuras centrais de sua trajetória local.
O futuro político de Marcos Adriano fora do Avante ainda é incerto. O que resta agora é aguardar os desdobramentos desse processo e observar se o ex-candidato a prefeito conseguirá se reerguer politicamente em outro espaço partidário ou se esse episódio marcará o fim de sua relevância política em Vitória da Conquista.