Em Vitória da Conquista, mais de 58% dos votos válidos foram direcionados à atual prefeita Sheila Lemos. Esse resultado é claro e direto: a maioria dos habitantes desta cidade quer Sheila como sua líder. Mais de 116 mil votos expressam essa vontade, e rasgar essa escolha, como alguns parecem sugerir, seria um desrespeito não apenas ao processo democrático, mas também à confiança do povo que acredita na continuidade de sua gestão.
Há quem argumente que Sheila Lemos não poderia ser candidata devido à curta passagem de sua mãe, Irma Lemos, pela Prefeitura. Irma assumiu o comando do município por 12 dias, em substituição ao então prefeito Herzem Gusmão, que estava incapacitado por problemas de saúde. No entanto, essa atuação foi absolutamente pontual e não teve qualquer influência direta no processo eleitoral subsequente, quando Sheila foi eleita. Irma Lemos não participou da campanha nem usou seu curto período à frente da prefeitura para interferir na eleição da filha. A tese de que isso configuraria um terceiro mandato é, no mínimo, forçada e distante da realidade.
A substituição de Herzem Gusmão ocorreu por razões de saúde, uma circunstância atípica e de caráter emergencial, que de forma alguma deve ser tratada de maneira rígida e insensível. A lei, em sua essência, não é uma entidade morta. Ela deve levar em consideração as nuances e as especificidades de cada caso, e esse é um exemplo claro de que a situação exige uma interpretação justa, que vá além de uma simples leitura literal dos artigos e incisos legais.
Quando falamos sobre o processo eleitoral e sua relação com a justiça, é necessário destacar o papel do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os juízes do TSE não estão limitados a aplicar a lei de forma fria e tecnicista. Ao contrário, eles têm a responsabilidade de considerar o peso da vontade popular e respeitar a soberania das urnas. Afinal, a democracia é construída com base na escolha livre e consciente dos eleitores.
A candidatura de Sheila Lemos reflete a escolha legítima de uma cidade que viu em sua liderança a capacidade de continuar o legado de desenvolvimento e governança eficiente. Colocar em dúvida a validade dessa eleição, com base em uma interpretação deturpada da lei, apenas alimenta a insegurança política e desrespeita o direito dos eleitores de Vitória da Conquista.
A função do TSE, portanto, vai muito além da aplicação literal das normas. O tribunal tem o compromisso de garantir que a justiça eleitoral respeite o voto popular, ao mesmo tempo em que assegura a legalidade do processo. E é nesse equilíbrio que reside a verdadeira essência da justiça: o respeito à lei, mas também à voz das urnas.
A tentativa de criar um clima de incerteza, utilizando argumentos jurídicos que ignoram o contexto, não faz bem à democracia. O eleitor de Vitória da Conquista já escolheu seu caminho, e essa escolha não pode ser desfeita por teorias jurídicas sem fundamento na realidade. Mais do que nunca, o papel do TSE será o de confirmar que a vontade do povo é soberana e que as eleições, como expressão máxima da democracia, devem ser respeitadas.
Sheila Lemos não foi eleita por acaso. Seu carisma, dedicação e trabalho contínuo pela cidade fizeram com que mais de 116 mil pessoas confiassem a ela o futuro de Vitória da Conquista. Rasgar esses votos seria rasgar a própria democracia. E isso, nem o TSE, nem a justiça, nem o povo de Conquista permitirão.
Padre Carlos