Política e Resenha

RTIGO – O Silêncio Insuportável: A Via Bahia e a Indiferença de Nossas Autoridades (Padre Carlos)

 

 

 

 

A recente análise feita por meu amigo Massinha sobre a desastrosa condução da concessão da Via Bahia desperta uma indignação crescente, não só pela precariedade das estradas, mas pelo verdadeiro espetáculo de omissão e conivência que estamos assistindo. A Via Bahia, responsável por um contrato que envolvia melhorias, duplicação e manutenção das vias que cortam parte significativa do nosso estado, falhou repetidamente em cumprir suas obrigações. E agora, ao invés de penalidades, assistimos ao absurdo de um pagamento em troca da desistência.

Não conhecemos todos os detalhes do contrato, é verdade. Mas mesmo assim, como pode ser razoável que uma empresa que não cumpriu suas responsabilidades agora seja recompensada? A Via Bahia deveria ser responsabilizada por cada centímetro de asfalto não duplicado, por cada acidente que poderia ter sido evitado com uma gestão mais eficiente e comprometida.

O que mais revolta é o silêncio ensurdecedor das nossas autoridades. Onde estão aqueles que nos representam em Brasília e na Assembleia Legislativa? O ex-governador Jaques Wagner, os senadores Otto Alencar, Zé Raimundo, Fabricio, Elmar Nascimento, Tiago Correia, Léo Prates, Waldenor Pereira… Todos eles parecem imobilizados, paralisados diante da gravidade dessa questão.

É impensável que Vitória da Conquista e as outras cidades afetadas fiquem passivas enquanto a Via Bahia, que descumpriu seus deveres, agora saia vitoriosa com um acordo financeiramente vantajoso. Isso é um insulto a todos nós que trafegamos por essas rodovias, que sentimos diariamente os efeitos de um serviço falho.

A cidade de Vitória da Conquista precisa se mobilizar. Não podemos permitir que essa concessão se encerre com um prêmio a quem falhou. É preciso exigir a devolução das rodovias, mas de maneira justa, sem que a Via Bahia leve esse montante vultuoso. Onde está a transparência desse processo? Onde está o debate público?

Essa questão não é apenas de infraestrutura; é uma questão de justiça social, de responsabilidade com os cidadãos que dependem dessas estradas e que pagam pedágios em troca de promessas vazias. Está na hora de cobrarmos nossos representantes, de fazermos barulho, de rompermos com esse ciclo de omissão e conivência.

A Via Bahia não pode sair como a grande vencedora de uma história de descaso. É hora de ação, de união e de resistência contra mais esse capítulo lamentável da política de concessões que envergonha nosso estado.