Política e Resenha

Saúde em Colapso: Quem Protege a Fundação Que Lesa Trabalhadores?

 

 

 

É inaceitável que trabalhadores da saúde, aqueles que estão na linha de frente, cuidando da população em seus momentos mais vulneráveis, sejam tratados com tamanho desrespeito. Funcionários terceirizados do complexo hospitalar de Vitória da Conquista – incluindo o Hospital Geral, a UPA, o Hospital Afrânio Peixoto e o Hospital Crescêncio Silveira – estão há meses enfrentando atrasos salariais, falta de pagamento de direitos trabalhistas e, para piorar, uma completa indiferença das autoridades responsáveis. A Fundação José Silveira, que administra esses hospitais, mostra-se incapaz de honrar os compromissos com seus próprios colaboradores, e o Partido dos Trabalhadores, que há quase duas décadas governa a Bahia, se revela cúmplice desse caos.

O Partido dos Trabalhadores, que se autoproclama defensor da classe trabalhadora, tem muito a explicar. Como é possível que, sob o governo de um partido que carrega “trabalhadores” no nome, ocorra um escândalo dessa magnitude? É irônico e revoltante que o governo estadual tenha criado e mantido um sistema que permite que uma fundação privada, que recebeu os repasses devidos da Secretaria de Saúde (Sesab), continue a lesar trabalhadores essenciais. E a pergunta que não quer calar: quem, dentro da estrutura do PT, é o verdadeiro padrinho da Fundação José Silveira? Quem está protegido, enquanto os funcionários são jogados à margem?

A Fundação, com contrato direto com a Sesab, deveria ser uma parceira eficiente no fortalecimento do sistema de saúde pública, mas o que temos aqui é um verdadeiro descalabro. Em nota à TV Sudoeste, a Sesab afirmou que todos os repasses foram feitos. Então, por que os trabalhadores não estão recebendo seus salários e direitos? A Fundação, por sua vez, afirma que está tudo pago – uma declaração que, diante das denúncias, soa mais como uma provocação do que uma explicação.

A verdade é que trabalhadores estão sendo usados como peões num jogo cínico de poder e irresponsabilidade. Eles reclamam, tentam negociar, buscam diálogo, mas são ignorados. Não há justificativa para tal omissão. E o silêncio ensurdecedor do governo estadual é ainda mais perturbador. Onde estão os líderes do PT que tanto se orgulham de defender os menos favorecidos? Por que não vemos uma ação direta e enérgica para resolver esse problema? Talvez porque, no final das contas, a verdade seja dolorosa: a “defesa dos trabalhadores” é apenas um slogan vazio quando confrontada com os interesses políticos e financeiros que pairam sobre essas fundações.

Chega de conivência! É hora de responsabilizar não apenas a Fundação José Silveira, mas também o governo que permitiu essa bagunça. Os trabalhadores da saúde merecem respeito, dignidade e, no mínimo, o pagamento de seus salários e direitos. O Partido dos Trabalhadores, se quiser continuar a usar esse nome, precisa urgentemente rever suas alianças e se perguntar se ainda pode se autodenominar o partido dos trabalhadores enquanto tolera abusos como este em sua própria casa. O povo da Bahia e, principalmente, os trabalhadores da saúde de Vitória da Conquista merecem respostas – e merecem agora!

 

Padre Carlos