Os bastidores da política baiana não descansam. Após o fim das eleições municipais, a corrida por 2026 já começou, e o Avante, liderado por Ronaldo Carletto, assume um papel de destaque na reconfiguração dos espaços de poder no estado. O partido está sendo construído com um rigor estratégico e um suporte que poucos conseguem, como dizem, “a quatro mãos”. Tal articulação tem levado o Avante a se transformar de coadjuvante a peça-chave nas engrenagens políticas da Bahia.
Ronaldo Carletto, uma figura hábil e acostumada aos meandros do poder, emerge no comando do Avante com uma postura de liderança moderada, mas de forte alcance. Apesar de afirmar que “não tem ambição” e que seu “nome está à disposição”, sua ambiguidade é uma mensagem clara de que está se posicionando para ocupar o espaço político que lhe cabe – e, ao que tudo indica, não é um espaço modesto. Carletto sabe que o jogo de 2026 exigirá tanto a habilidade de uma liderança segura quanto a capacidade de articular, nos bastidores, o apoio de partidos aliados e da base do governador Jerônimo Rodrigues.
A fala de Carletto sobre o peso do Avante na balança política, longe de ser apenas uma formalidade, traz uma mensagem velada: ele se coloca estrategicamente, com um pé dentro e um fora, para barganhar o seu “quinhão” político. Esse posicionamento abre múltiplas possibilidades para ele, desde uma candidatura direta até um papel secundário, mas de influência garantida, ao lado de seu padrinho político. Esse jogo de cartas marcadas revela uma movimentação calculada, que aparenta desprendimento, mas que prepara o terreno para uma participação decisiva em 2026.
O Avante está sendo consolidado como uma força que vai muito além do número de cadeiras que ocupa atualmente. A liderança de Carletto representa, de um lado, a continuidade de alianças fortes, e de outro, uma promessa de fidelidade para um futuro governador que reconhecerá o peso de sua contribuição. Ao mesmo tempo, Carletto sugere uma cobrança tácita ao governo atual: a “fatura” de seu apoio terá que ser paga, e o peso do Avante será um fator indispensável para as alianças.
Não resta dúvida de que Ronaldo Carletto colocou o Avante em uma posição estratégica no tabuleiro político da Bahia, pronto para jogar com habilidade nos próximos anos. Ele coloca seu nome em evidência, mas com a mesma facilidade pode retirar-se para favorecer um aliado, reforçando o quinhão e a influência do Avante no jogo das coligações. Assim, o partido se move como um dos elementos mais influentes na formação das alianças que devem anteceder 2026, mantendo-se como um dos pilares da base aliada e uma peça que ninguém poderá ignorar.
Se Ronaldo Carletto jogará com a peça do Avante para construir uma candidatura pessoal ou como apoio direto ao grupo de seu padrinho político, ainda veremos. Mas, ao que tudo indica, ele sabe o peso que carrega. O Avante, nesse cenário, não é mais um mero espectador da cena política baiana; é uma força com voz própria, que se aliará para consolidar seu projeto e o de seu líder.