Política e Resenha

ARTIGO – Tragédia em Caraíbas: O Preço da Falta de Segurança com Equipamentos Elétricos (Padre Carlos)

 

 

Na noite de 31 de outubro de 2024, a cidade de Caraíbas, no sudoeste da Bahia, foi palco de uma tragédia evitável. Um homem perdeu a vida ao manusear uma bomba elétrica, vítima de um choque fatal que tirou dele o direito de retornar para casa, de seguir com a sua rotina, de estar com os seus. Este é um daqueles incidentes que nos força a encarar uma dura realidade: ainda estamos muito longe de entender e praticar, com rigor, a segurança necessária para o manuseio de equipamentos elétricos, seja no campo, nas casas ou nas cidades.

A morte desse homem não é apenas uma estatística para os registros policiais; ela simboliza o descuido generalizado com a segurança nas atividades cotidianas e a falta de prevenção que, infelizmente, ainda faz parte da nossa cultura. Em áreas rurais, como Caraíbas, o uso de bombas elétricas e outras ferramentas de uso constante é comum, e muitas vezes esses equipamentos são operados de maneira improvisada, sem o devido acompanhamento técnico ou equipamentos de proteção individual (EPIs).

A negligência em relação à segurança elétrica se alastra em todas as regiões do país e em várias faixas de ocupação, e isso aponta para um problema sistêmico: ainda que tenhamos acesso à informação, muitas vezes falhamos em traduzir o conhecimento em prática. Muitas vidas são perdidas todos os anos por choques elétricos e acidentes com equipamentos que poderiam ter sido evitados com uma abordagem mais preventiva e responsável. Esta questão não diz respeito apenas a saber manusear um equipamento, mas, principalmente, a entender que medidas de proteção são indispensáveis. Afinal, uma vida não vale o risco de um descuido.

A tragédia em Caraíbas poderia ter sido evitada se medidas básicas de segurança fossem adotadas: verificar o estado dos fios, manter o equipamento seco e, sempre que possível, contar com a orientação de um profissional especializado. O custo de não prevenir é pago, muitas vezes, com vidas. A segurança deve ser uma prioridade indiscutível, especialmente em uma sociedade onde a eletricidade está tão presente e é tão facilmente acessível.

Este caso também deve abrir os olhos das autoridades municipais para a importância de campanhas educativas sobre o uso seguro de equipamentos elétricos, especialmente em regiões rurais. Pessoas que trabalham com esses dispositivos no campo, sem acesso constante a orientações técnicas, precisam ter acesso a informações claras e práticas que previnam esses incidentes fatais. São ações preventivas que salvam vidas e impedem que o luto e a tristeza de um acidente doméstico se tornem mais uma tragédia nos registros de uma cidade.

Neste cenário, resta-nos a reflexão e a ação. Que a morte desse homem não se torne mais um número a se perder nas estatísticas, mas um alerta para todos nós, cidadãos, trabalhadores e autoridades. Façamos da segurança uma prática cotidiana, valorizando a vida em cada detalhe do que tocamos e usamos. Que a perda de uma vida em Caraíbas seja um lembrete para que mais nenhuma outra vida seja perdida pelo descuido.