(Padre Carlos)
A partida de Jesuíno Almeida, aos 96 anos, deixa o Bairro Guarani mais silencioso e mais vazio. Conhecido por todos como Ziziu, ele era muito mais do que apenas um morador antigo da região; ele era um pedaço da própria história local, uma referência afetiva para todos que cruzaram seu caminho ao longo dos 50 anos em que ali viveu. Sua ausência pesa, como costuma pesar a partida de pessoas que marcam a comunidade, não apenas pelo tempo de convivência, mas pela ternura, pelas histórias e pela amizade que souberam cultivar.
Ziziu, com sua presença discreta e sorriso acolhedor, representava a velha guarda do bairro. Quem morou no Guarani o via nas ruas, nas pequenas conversas de calçada, nas partilhas de um tempo em que a vida comunitária se expressava com uma simplicidade quase sagrada. Ele era um desses homens cuja presença se tornava um ponto de encontro, um sinal de estabilidade e de continuidade em meio às transformações da cidade.
O velório acontece na Rua Olavo Ramos, número 1421, e é certo que este endereço se transformará, ao longo deste dia, num espaço de afeto e de recordações. Amigos, familiares e vizinhos terão a oportunidade de se despedir, de lembrar as histórias, os momentos e as lições simples de um homem que, sem grandes pretensões, marcou profundamente a vida de todos que o cercaram. Seu sepultamento, marcado para o Cemitério das Acácias, será o momento em que o Bairro Guarani, em uníssono, dirá seu último adeus a este morador inesquecível.
O legado de Jesuíno, mais conhecido como Ziziu, vai muito além do tempo e do espaço em que viveu. Sua vida é lembrança de uma época em que os laços entre as pessoas eram mais fortes, mais sinceros, e menos perturbados pela pressa e pelo distanciamento dos dias de hoje. A comunidade perde um símbolo de união e de humanidade, alguém que soube ser, por muitos anos, o coração pulsante de um bairro.
Aos amigos e familiares, ficam aqui nossos mais sinceros sentimentos. Que o conforto seja encontrado na certeza de que Ziziu viveu uma vida plena e deixou uma marca profunda na vida de quem o conheceu. Que sua lembrança seja, para todos nós, um chamado a valorizar os laços que formam a base de uma verdadeira comunidade.