William Shakespeare, com sua habilidade incomparável de capturar as profundezas da alma humana, afirmou certa vez que “quando alguém morre, a sua bondade é também enterrada com ele”. No entanto, esta verdade poética encontra uma exceção luminosa na vida e no legado de José Eduardo Zezéu Vieira Ribeiro, o nosso querido Zezéu.
Zezéu, que hoje completaria 75 anos, não apenas viveu para servir, mas deixou como herança uma bondade que ressoa além do seu tempo. Sua humildade, sempre despretensiosa, unia amigos, colegas e companheiros de luta. A coragem como militante e político foi a força motriz que ajudou a transformar o PT da Bahia em uma referência política e eleitoral. A essência de Zezéu, sua risada inconfundível e seu olhar desprovido de malícia, tornaram-se um símbolo de integridade e esperança em meio às complexidades do jogo político.
Tive o privilégio de conhecer não apenas Zezéu, mas também Doia e Pola, formando laços de amizade que transcenderam o tempo e as circunstâncias. Em 1990, coordenei a campanha de Zezéu, e ali testemunhei a força de um homem que, mais do que buscar o poder, buscava transformar vidas. Seu compromisso com a justiça social era inegociável, e sua presença fazia do PT mais do que um partido; fazia dele um movimento de vida e esperança.
Quando Zezéu partiu em 2015, algo em todos nós, que compartilhamos suas lutas, também morreu. Como o poeta inglês John Donne imortalizou: “A morte de alguém sempre me diminui, pois sou parte da humanidade.” Zezéu não foi apenas um companheiro de luta; foi uma bússola moral, um exemplo de que a política pode e deve ser um instrumento de transformação.
Hoje, ao lembrar de Zezéu, não há espaço apenas para a saudade, mas também para a celebração de tudo o que ele representou. Sua bondade não foi enterrada; ela vive em cada sorriso de quem foi tocado por sua generosidade, em cada vitória de um projeto coletivo, em cada passo rumo à justiça social.
Zezéu era mais do que um político; era um amigo, um irmão de caminhada. E em seu riso, em sua coragem, em sua bondade, encontramos a prova de que algumas almas iluminadas conseguem transcender a mortalidade. Zezéu segue vivo na memória, no legado e nos corações de todos que tiveram o privilégio de caminhar ao seu lado.
Parabéns, Zezéu, pelos seus 75 anos. Obrigado por ter sido o que Shakespeare acreditava raro: um homem cuja bondade permanece.