Política e Resenha

A Exclusão de Vitória da Conquista: Um Alerta Sobre a Falta de Representatividade Política

 

 

A recente denúncia do empresário José Maria Caires é um grito de alerta para Vitória da Conquista e região. Enquanto o governo federal avança com acordos de repactuação de contratos de concessão de rodovias, nossa cidade, historicamente crucial para o transporte e a logística no sudoeste baiano, ficou de fora. O trecho da BR-116 que corta nossa região foi excluído das discussões sobre duplicação, evidenciando o descaso das autoridades e a fragilidade de nossa representação política.

O Peso da Exclusão

A exclusão de Vitória da Conquista da pauta de duplicação da Rio-Bahia é um reflexo direto da inércia de nossos deputados e lideranças políticas, eleitos com votos da nossa comunidade. Onde estão esses representantes quando a cidade mais precisa? A ausência de articulação política nos coloca à margem de decisões estratégicas, impactando diretamente na segurança, na economia e na qualidade de vida da população.

A duplicação da BR-116 é uma necessidade, não um luxo. É inadmissível que, em pleno 2024, nossa região ainda enfrente problemas crônicos como buracos e acidentes frequentes em uma das rodovias mais movimentadas do país. A exclusão de Conquista nas discussões só reforça a percepção de que o governo federal está priorizando outros trechos, como Feira de Santana e Salgueiro, deixando nossa cidade literalmente fora do mapa.

Soluções que Não Podem Esperar

Com o fim do contrato da VIABAHIA em janeiro de 2025 e a transferência da gestão para o Ministério dos Transportes, surge uma nova oportunidade para que nossa região seja incluída no planejamento estratégico. O DNIT terá a missão de administrar a rodovia, e uma das propostas mais viáveis seria entregar a execução das obras de duplicação ao Exército. Essa medida não apenas aceleraria o processo, mas também garantiria a qualidade e a eficiência do serviço.

Se, por outro lado, a duplicação depender de uma nova licitação, o cenário é desanimador. A burocracia e os prazos envolvidos em processos licitatórios podem adiar as obras por uma década ou mais, deixando nossa região à mercê de uma rodovia cada vez mais deteriorada.

O Papel do Movimento pela Duplicação

O Movimento pela Duplicação da Rio-Bahia, liderado por José Maria Caires, tem sido uma das poucas vozes que ainda ecoam em defesa de Vitória da Conquista. Apesar dos esforços, o Movimento não obteve o apoio político necessário para transformar sua luta em resultados concretos. É um exemplo claro de como a sociedade civil pode e deve pressionar por mudanças, mas também de como essa pressão precisa ser respaldada por lideranças políticas comprometidas e influentes.

Audiências Públicas: A Exclusão que Insulta

A ANTT já agendou audiências públicas em Feira de Santana (09/12/2024) e Salgueiro, Pernambuco (11/12/2024), mas ignorou Vitória da Conquista. Essa exclusão é um insulto à nossa região, que há décadas contribui com sua força econômica e logística para o desenvolvimento do país. É preciso que nossas lideranças locais e regionais exijam a inclusão de Conquista nesses debates, antes que seja tarde demais.

Um Chamado à Mobilização

A exclusão de Vitória da Conquista não pode ser aceita como um fato consumado. É hora de a comunidade, lideranças empresariais e a sociedade civil se unirem para exigir representatividade e inclusão. Os deputados que conquistaram mandatos com votos de nossa região precisam responder pelo descaso. Não podemos mais tolerar discursos vazios e promessas não cumpridas.

A duplicação da BR-116 não é apenas uma obra de infraestrutura; é uma questão de dignidade, segurança e desenvolvimento para toda a nossa região. Se depender da apatia política, ficaremos mais dez anos convivendo com buraqueiras e descaso. Mas, se tomarmos as rédeas da situação, pressionando o governo federal e mobilizando forças locais, podemos reverter esse cenário.

Vitória da Conquista não é uma cidade qualquer. É um polo regional que merece respeito, atenção e investimentos proporcionais à sua importância. Que o grito de alerta de José Maria Caires ecoe e nos inspire a agir, antes que sejamos apagados de vez do mapa das prioridades nacionais.