Vinte anos. Esse é o tempo que a população de Vitória da Conquista e região tem esperado pela tão prometida duplicação da BR-116, uma obra que simboliza mais que progresso: representa a preservação de vidas e o fomento ao desenvolvimento econômico. No entanto, o que vemos são discursos inflamados, promessas renovadas e ações que seguem na contramão da esperança de quem depende diariamente dessa rodovia.
Em um cenário marcado pela falta de compromisso efetivo, José Maria Caires, empresário e líder do Movimento Duplica Sudoeste, criticou veementemente a exclusão de Vitória da Conquista das audiências públicas realizadas pela ANTT para discutir o novo edital de concessão da BR-116. Por que uma cidade tão estratégica foi ignorada no processo de definição de um projeto que impactará diretamente sua população e economia?
Quem está realmente comprometido?
Enquanto José Maria Caires denuncia a falta de atenção da ANTT e cobra uma solução urgente, o deputado estadual Zé Raimundo Fontes reafirma seu compromisso com a duplicação da BR-116 e a construção de viadutos na região. Ele garante que seu mandato, em conjunto com o governo estadual, está atuando para acelerar essas obras, que há décadas não saem do papel. Contudo, é difícil não se questionar: onde estão os resultados práticos de tanto empenho anunciado?
Zé Raimundo menciona, por exemplo, a duplicação de trechos como o da BA-262 e a construção de um viaduto no bairro Urbis 6, enquanto José Maria Caires aponta para o esquecimento de Vitória da Conquista no planejamento da ANTT. Para quem vive e trafega por essas vias, a realidade parece clara: o jogo de palavras não resolve buracos, não salva vidas em acidentes e muito menos promove o desenvolvimento econômico.
Descaso histórico e risco iminente
A saída da ViaBahia do contrato de concessão da BR-116 traz uma nova preocupação: o abandono das obrigações de manutenção e atendimento aos usuários. Sem garantias claras de como será a transição para o DNIT e a concessão futura, o temor é que os problemas existentes sejam agravados, colocando ainda mais vidas em risco.
José Maria Caires aponta com razão que a duplicação da BR-116 não é apenas uma questão de infraestrutura, mas de sobrevivência e desenvolvimento. Sem vias seguras e adequadas, Vitória da Conquista segue perdendo oportunidades de crescimento econômico, de atração de novos negócios e de geração de empregos.
Indignação que clama por respostas
Para os conquistenses, a exclusão de Vitória da Conquista das audiências públicas é mais um golpe em uma longa história de promessas não cumpridas. Por que uma cidade tão relevante foi preterida? Será que nossos representantes não têm força política suficiente para defender os interesses da população? Ou estamos simplesmente sendo ignorados em um processo que privilegia outras regiões?
A população de Vitória da Conquista não pode mais esperar. É hora de sairmos do discurso para a ação. Chega de promessas vazias. Chega de discursos que se contradizem. Nós exigimos respeito, responsabilidade e, acima de tudo, resultados. A duplicação da BR-116 não pode ser apenas um sonho distante; deve ser uma prioridade absoluta para todos os que se dizem comprometidos com o progresso da nossa região.