A duplicação da BR-116 e a construção de viadutos no Anel Rodoviário Jadiel Vieira Matos são demandas que transcendem governos e partidos, simbolizando o clamor de uma região que precisa de soluções para se desenvolver. A atuação da vereadora Márcia Viviane Sampaio de Araújo e do deputado federal Jorge Solla, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), demonstra um esforço louvável e essencial para buscar saídas concretas junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Contudo, paira sobre nós uma inquietante dúvida: onde estão os outros representantes de Vitória da Conquista diante dessa causa tão urgente?
É de se aplaudir o encontro com o diretor-geral do DNIT, Fabrício Oliveira Galvão, onde pontos essenciais como a duplicação da BR-116 e a gestão do Anel Rodoviário foram discutidos. A preocupação com o iminente término do contrato da ViaBahia, que administra as rodovias BR-116 e BR-324, é legítima. A partir de janeiro, o DNIT assumirá essas vias, e com ele vêm incertezas sobre a capacidade de manutenção e realização de obras estruturais sem a intervenção da iniciativa privada.
O que nos inquieta profundamente é a ausência de articulação mais ampla e um plano robusto para evitar que a BR-116, caso entregue à administração federal, caia na armadilha da burocracia e da falta de recursos. Basta olhar para outras obras prometidas e não realizadas para temer pelo futuro dessa importante via. Sem a ViaBahia, o risco de uma BR esburacada e sucateada é real, deixando motoristas e transportadoras em um cenário de insegurança e prejuízos.
Se a administração federal não der prioridade às obras, a BR pode virar uma Avenida Presidente Vargas e estaremos desta forma, condenados ao retrocesso. O que deveria ser motivo de celebração – a duplicação e a melhoria do Anel Rodoviário – poderá se transformar em um pesadelo, com obras paradas e vias deterioradas.
A vereadora Márcia Viviane e o deputado Jorge Solla merecem reconhecimento pelo empenho. Contudo, é imprescindível que toda a bancada de Vitória da Conquista, independentemente de partidos, se una em prol dessa causa. Não podemos aceitar a omissão ou o silêncio de outros representantes políticos que deveriam estar somando esforços para pressionar o governo federal e garantir investimentos à altura da importância estratégica de Vitória da Conquista, um dos principais entroncamentos rodoviários do Brasil.
O desenvolvimento econômico e social da nossa região depende diretamente da infraestrutura rodoviária. Não se trata apenas de um problema local, mas de uma questão que afeta o transporte de mercadorias, o turismo e a segurança de milhares de pessoas que utilizam essas vias diariamente.
A sociedade conquistense precisa cobrar mais. É hora de unir forças e exigir um pacto político que transcenda interesses partidários e coloque Vitória da Conquista em primeiro lugar. A duplicação da BR-116 e a melhoria do Anel Rodoviário não podem ser adiadas nem relegadas ao esquecimento. O tempo da espera acabou. A ação é agora, antes que fiquemos “fritos” no caos da negligência.