Teófilo Otoni, MG – Na noite desta segunda-feira (23), o motorista da carreta bitrem envolvida no acidente que ceifou 41 vidas no último sábado (21) foi liberado após prestar depoimento à polícia. O caso, ocorrido na BR-116, em Minas Gerais, segue cercado de mistérios e controvérsias que despertam a indignação e a curiosidade de todo o país.
Acompanhado de seu advogado, o motorista evitou o contato com a imprensa, saindo da delegacia com o rosto coberto e em completo silêncio. Segundo a defesa, o condutor trafegava dentro do limite de velocidade, com todos os documentos em dia, e não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa, negando rumores que sugeriam o contrário.
“O ônibus estava desgovernado após o estouro de um pneu, o que provocou a colisão com o semirreboque da carreta. Não há evidências de que meu cliente tenha cometido qualquer irregularidade”, afirmou o advogado, buscando afastar a culpa de seu cliente.
“Ele entrou em pânico”: O que levou à fuga?
Um dos pontos mais controversos do caso é o fato de o motorista ter deixado o local da tragédia. Para a defesa, a decisão foi motivada pelo pânico e pela preocupação com sua segurança. “Ele ficou em choque ao presenciar a dimensão do acidente e temeu por sua integridade física”, explicou o advogado.
No entanto, a atitude levanta questionamentos éticos e legais, especialmente porque a omissão de socorro é considerada crime no Brasil. Autoridades ainda investigam se a decisão de fugir comprometeu o atendimento imediato às vítimas.
Investigações e o silêncio das empresas
Até o momento, o nome do motorista e da empresa responsável pela carreta permanecem em sigilo. A defesa rebateu alegações de excesso de carga, mas reconheceu que os laudos periciais serão determinantes para esclarecer as responsabilidades.
O acidente, que envolveu também um ônibus e um carro de passeio, abalou não apenas o estado de Minas Gerais, mas todo o Brasil. O impacto deixou marcas irreparáveis nas famílias das vítimas, e a sociedade exige respostas rápidas e transparentes.
Até quando?
Casos como esse levantam uma discussão necessária sobre segurança nas rodovias, fiscalização de veículos de grande porte e responsabilidade de motoristas e empresas de transporte. Enquanto isso, 41 famílias choram suas perdas, esperando que a justiça não tarde a apontar os responsáveis por essa tragédia.
As investigações continuam, mas o silêncio e a cautela dos envolvidos deixam no ar uma pergunta inquietante: o que mais está sendo escondido?