Em uma histórica celebração da Missa do Galo que marcou a abertura do Jubileu 2025, o Papa Francisco fez um apelo contundente em favor dos países mais pobres, defendendo a redução de suas dívidas internacionais. A cerimônia, realizada na Basílica de São Pedro no Vaticano nesta terça-feira (24), reuniu mais de 30 mil fiéis entre o interior da basílica e a praça.
O pontífice argentino, que completou recentemente 88 anos, enfatizou que o Jubileu representa um momento de renovação espiritual e transformação mundial. “Um tempo de Jubileu para os países mais pobres sobrecarregados por dívidas injustas; um tempo de Jubileu para todos aqueles que vivem formas de escravidão antigas e novas”, declarou Francisco durante a celebração.
O pedido do Papa ecoa uma iniciativa similar do Jubileu de 2000, quando São João Paulo II conseguiu mobilizar uma campanha que resultou no cancelamento de aproximadamente US$ 130 bilhões em dívidas de países pobres entre 2000 e 2015, equivalente hoje a cerca de R$ 799,8 bilhões.
Em sua homilia centrada na esperança – tema do Jubileu 2025 – Francisco também abordou questões humanitárias urgentes, incluindo o conflito em Gaza. “Pensemos nas guerras, nas crianças metralhadas, nas bombas sobre escolas e hospitais”, lamentou o líder católico, que dias antes havia condenado os bombardeios israelenses que vitimaram 17 pessoas, incluindo crianças.
O evento marcou ainda a tradicional abertura da Porta Santa, selada com concreto e aberta apenas durante os anos jubilares. O Vaticano projeta um fluxo impressionante de até 100 mil peregrinos diários através desta porta ao longo do próximo ano, com uma expectativa total de 32 milhões de visitantes durante todo o Jubileu, que se estenderá até 6 de janeiro de 2026.
Apesar de apresentar-se com voz rouca e utilizar cadeira de rodas, o Papa demonstrou vigor durante a cerimônia. O Vaticano informou que o pontífice se recupera de um resfriado. Para o dia de Natal (25), está prevista sua tradicional mensagem e bênção “Urbi et Orbi”.