Certa vez, o Padre Ariosvaldo, ao contemplar a Catedral de Nossa Senhora das Vitórias, destacou a sua beleza exuberante, encantando-se com a casa da Mãe. Suas palavras não foram apenas uma declaração de apreço arquitetônico, mas uma afirmação do profundo significado espiritual que aquela edificação representa para o povo de Vitória da Conquista.
Ao chamá-la de “Minha mãe catingueira”, Padre Ariosvaldo evocou uma simbologia poderosa: a figura de Maria, revestida da simplicidade e da força do sertão. A catinga, vegetação típica do semiárido nordestino, é resiliente, assim como a fé desse povo. A imagem de Nossa Senhora das Vitórias, nessa perspectiva, não é apenas a representação de uma mãe divina, mas de uma mãe sertaneja, que cuida e vela por seus filhos em meio às adversidades do dia a dia.
Essa casa, revestida de pedra, arte e devoção, não é apenas um templo de paredes frias. É o lar onde muitos encontram conforto, esperança e sentido para continuar suas lutas. É o lugar onde o sertanejo, com sua alma catingueira, se ajoelha diante da Mãe e deposita seus anseios, suas dores e suas vitórias.
Mais que um monumento, a Catedral é um símbolo de resistência e fé. Em suas celebrações, renova-se o espírito do povo, trazendo alento para aqueles que enfrentam a seca, a dureza da terra e as incertezas da vida. É a materialização do amor materno de Maria, que, mesmo em meio ao sertão árido, não abandona seus filhos e os acolhe sob seu manto protetor.
Por isso, quando Padre Ariosvaldo se refere à “casa da Mãe”, ele nos convida a uma reflexão profunda. Não importa o quão árido seja o terreno em que vivemos, não importa quão desafiadoras sejam as condições: há sempre um espaço de acolhida, beleza e fé onde podemos renovar nossa alma e reencontrar a esperança.
Que a Mãe catingueira continue a olhar e cuidar de seus filhos, e que a Catedral de Nossa Senhora das Vitórias permaneça sendo este farol de fé e perseverança, lembrando-nos de que, por mais árido que seja o sertão, há sempre a beleza de uma mãe que vela, ama e protege.