Vitória da Conquista foi palco de um desdobramento impressionante no combate ao crime organizado. Na última terça-feira (21), duas mulheres foram presas em flagrante e seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a Operação Replicare, conduzida pela Polícia Civil da Bahia. A investigação desvendou um esquema complexo de clonagem de cartões de crédito e fraudes bancárias que já causou prejuízos superiores a R$ 500 mil a empresas do comércio varejista.
O inquérito, que começou após a prisão de um homem por receptação de mercadorias em agosto do ano passado, revelou uma organização criminosa estruturada em quatro núcleos operacionais distintos. Esses grupos atuavam de forma coordenada para coletar informações sigilosas, falsificar cartões, aplicar golpes e, finalmente, repassar produtos adquiridos ilegalmente.
Como Operava a Quadrilha
De acordo com o delegado Odilson Pereira Silva, da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), o primeiro núcleo era responsável por acessar informações de funcionários de bancos e empresas, como senhas e movimentações financeiras. Com esses dados em mãos, o segundo núcleo entrava em ação, falsificando cartões e criando links fraudulentos.
O terceiro núcleo, segundo o delegado, aplicava os golpes diretamente, realizando compras com os cartões clonados, muitas vezes com a ajuda de funcionários de empresas. Por fim, os receptadores (o quarto núcleo) revendiam os produtos por valores bem abaixo do mercado.
O Resultado da Operação
Durante as diligências, foram apreendidos:
- 11 cartões bancários clonados;
- 8 smartphones;
- 3 notebooks;
- 3 pen-drives;
- Uma pistola calibre 380;
- Um carro com restrição de furto;
- Uma máquina de cartão.
As duas suspeitas presas foram submetidas aos exames de praxe e permanecem à disposição da Justiça. Outros envolvidos no esquema já foram indiciados por furto qualificado mediante fraude, estelionato, associação criminosa e receptação. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados, mas a investigação continua para identificar outros integrantes da organização.
Prejuízo Nacional
A quadrilha não se limitava à Bahia. As investigações revelaram que os golpes se espalharam por diferentes estados, com dezenas de vítimas. “Esses criminosos atuavam de forma profissional, articulando informações e recursos tecnológicos para aplicar os golpes. Os prejuízos podem ser ainda maiores do que os R$ 500 mil já identificados”, afirmou o delegado.
O Que Vem a Seguir
A Operação Replicare ainda não terminou, e a Polícia Civil promete aprofundar as investigações para desmantelar por completo a organização. O delegado destacou que as provas recolhidas, incluindo vídeos e fotografias, serão fundamentais para garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados.
A sociedade, abalada pela audácia do esquema, espera respostas rápidas e punições exemplares. Enquanto isso, as autoridades reforçam a importância de medidas preventivas contra fraudes, especialmente no comércio varejista e em transações digitais.
Se você é empresário ou consumidor, fique atento: golpes sofisticados como esses têm atingido cada vez mais vítimas. Em tempos de crimes cibernéticos em ascensão, a prudência nunca é demais.