A realização de uma reunião entre a Secretaria Municipal de Governo (Segov) e o Sest/Senat, na última quinta-feira (30), não é apenas mais um evento burocrático na agenda política de Vitória da Conquista. Trata-se de um passo estratégico para conectar educação, cultura e desenvolvimento econômico em uma cidade que busca reinventar-se como polo de oportunidades. A proposta de transformar o Espaço Glauber Rocha em um centro pulsante de capacitação, comércio solidário e serviços públicos reflete uma visão urgente: a de que políticas públicas só ganham efetividade quando dialogam com as necessidades reais da população e aproveitam o potencial de instituições sérias, como o Sest/Senat.
A Força das Parcerias: Do Discurso à Prática
A fala do assessor Lucas Batista, da Segov, sintetiza o cerne da iniciativa: “Ampliar parcerias para movimentar o Glauber”. Não se trata apenas de ocupar um espaço físico, mas de ressignificá-lo como um local de encontros múltiplos. A ideia de realizar uma feira para fomentar a economia solidária é emblemática. Em um país onde o desemprego e a informalidade ainda são desafios, criar canais para que pequenos produtores vendam seus produtos e ganhem visibilidade é mais do que uma ação social – é um ato de justiça econômica.
O Sest/Senat, com sua expertise reconhecida nacionalmente em capacitação profissional, soma-se a essa missão com uma proposta clara: qualificar mão de obra e promover inclusão social. Petruska Barreto, gerente regional da instituição, reforça esse compromisso ao mencionar o desejo de “beneficiar a cidade com nossa expertise”. A sinergia entre o setor público e uma entidade do Sistema S pode gerar frutos duradouros, desde cursos técnicos até projetos de promoção social, especialmente em um município que, como Vitória da Conquista, precisa fortalecer sua base produtiva.
Glauber Rocha: Mais que um Centro Cultural, um Espaço de Pertencimento
Um dos pontos mais interessantes destacados por Lucas Batista é a necessidade de desmistificar a imagem do Espaço Glauber Rocha. Se muitos o veem apenas como palco para eventos esporádicos, a proposta é transformá-lo em um “centro comercial e de serviços” acessível à população local. Essa mudança de narrativa é crucial. Espaços culturais não devem ser redutos elitizados ou subutilizados; precisam ser territórios vivos, onde cultura, educação e economia coexistem.
A iniciativa de divulgar os serviços já oferecidos no local – muitos desconhecidos até por moradores da Zona Oeste – revela uma falha comum na gestão pública: a dificuldade de comunicação com a sociedade. Parcerias como essa podem (e devem) ser acompanhadas de campanhas educativas, usando redes sociais e mídias locais, para que a população não apenas conheça, mas se aproprie do espaço.
Escola de Governo 2025: Investir em Servidores é Investir na População
A menção à futura Escola de Governo, citada por Priscila Dantas, merece destaque. Capacitar servidores municipais não é um gasto, mas um investimento em eficiência. Profissionais atualizados e valorizados tendem a oferecer serviços públicos de maior qualidade, impactando diretamente a vida de quem depende deles. A parceria com o Sest/Senat, nesse sentido, pode ser a alavanca para modernizar a administração pública, aproximando-a de modelos de gestão mais ágeis e menos engessados.
Desafios e Esperanças
Claro, há desafios pela frente. Transformar o Glauber Rocha em um centro multifuncional exigirá planejamento logístico – desde a organização de feiras até a integração de horários de cursos e eventos. Além disso, é preciso garantir que os projetos não caiam no vazio da descontinuidade, mal comum em políticas públicas.
Porém, o otimismo gerado pelo encontro é legítimo. A presença de técnicos dedicados, como Jonathan Trindade e Karina Cardoso (Sest/Senat) e Elionara Nolasco e Josué Azevedo (Segov), sugere que há uma equipe comprometida nos bastidores. Se o plano for executado com transparência e participação popular, Vitória da Conquista poderá se tornar um exemplo de como parcerias intersetoriais podem gerar desenvolvimento inclusivo.
Conclusão: O Futuro se Constrói com Diálogo
A reunião de 30 de maio não é um fim, mas um início. Ela simboliza a potência do diálogo entre governo, instituições e sociedade. Em um momento em que o Brasil ainda busca superar desigualdades históricas, iniciativas como essa mostram que é possível unir educação profissional, cultura e economia solidária em uma mesma agenda. O Espaço Glauber Rocha, batizado em homenagem a um dos maiores cineastas brasileiros, ganha agora a chance de tornar-se um símbolo não apenas artístico, mas de transformação social. Cabe à população abraçar essa oportunidade – e aos gestores, honrar o compromisso anunciado.
2025 chegou! Que venha com trabalho, criatividade e, acima de tudo, esperança.