Vitória da Conquista carrega em seu nome a síntese de uma história marcada por bravura e resistência. Fundada em meio a conflitos e sonhos, a cidade nunca se curvou ao conformismo. Hoje, diante do desafio de consolidar a Região Metropolitana do Sudoeste Baiano, reacende-se a chama daquela mesma determinação que, outrora, transformou terras áridas em berço de oportunidades. Mas, como sempre, não há vitória sem luta.
A trajetória da região é um testemunho de superação. Desde os tempos em que enfrentou secas impiedosas e a luta pela posse da terra, até a ascensão como polo educacional, médico e comercial, Conquista soube reinventar-se. Contudo, os desafios atuais exigem mais do que esforços isolados. A criação de uma Região Metropolitana não é um mero projeto burocrático; é a materialização de um pacto coletivo, onde municípios como Itapetinga, Planalto e Jequié unem forças para compartilhar infraestrutura, serviços e, sobretudo, esperanças. A fragmentação só beneficia o atraso; a integração constrói futuros.
A reunião com os Secretários de Estado no dia 13 de fevereiro não é um evento qualquer. É um marco estratégico. Nela, líderes políticos têm a chance de transcender discursos e assumir compromissos concretos. Ampliar a malha aérea regional, por exemplo, não se resume a voos mais frequentes: é abrir as portas para o turismo que gera empregos, para investidores que veem potencial onde outros veem distância, e para o diálogo com o Brasil e o mundo. Enquanto o aeroporto de Conquista permanecer subutilizado, estaremos limitando asas que poderiam elevar toda uma região.
E não há como falar de integração sem mencionar a BR-116. Sua duplicação é mais do que uma obra de asfalto; é um eixo de vida. Estradas seguras e eficientes conectam pessoas, escoam produção, atraem negócios e salvam vidas. Cada quilômetro duplicado é um passo rumo à redução das desigualdades que ainda assolam municípios vizinhos. É inadmissível que, em pleno século XXI, comunidades inteiras ainda vivam à margem do desenvolvimento por falta de infraestrutura digna.
Mas nenhum progresso será sustentável sem a mobilização popular. Lideranças políticas precisam ouvir o clamor das ruas, das associações comunitárias, dos jovens que desejam permanecer em sua terra natal com dignidade. A sociedade civil não pode ser espectadora; deve ser protagonista. Quando prefeitos, governadores e cidadãos comuns compartilham a mesma mesa, ideias ganham força e obstáculos são transpostos. A luta pela Região Metropolitana é, acima de tudo, uma luta por identidade coletiva.
Vitória da Conquista já provou que sabe vencer. Agora, precisa provar que sabe unir. O momento é de coragem, de olhar além das fronteiras municipais e enxergar o todo. O Sudoeste Baiano não merece migalhas de crescimento; merece um projeto audacioso, capaz de transformar desafios em legados. Que o dia 13 de fevereiro não seja apenas uma data no calendário, mas o início de uma nova era. Como dizia o mestre Jorge Amado, “o povo é quem faz a história” — e esta história, caros conterrâneos, depende de nossas mãos.
A luta continua. A vitória é certa.
José Maria Caires