Na madrugada deste domingo (9), Salvador foi palco de uma tragédia que abalou não só os corações dos familiares e amigos, mas toda a comunidade. Karine Mota Santos das Virgens, carinhosamente conhecida como “Kari”, faleceu após 17 dias de uma batalha angustiante contra complicações de saúde. Aos 25 anos e grávida de três meses, sua jornada foi marcada por uma luta desesperada por tratamento e pela transferência que prometia ser sua última esperança.
Kari, moradora do Bairro Paraíso, no Distrito do Valentim, em Boa Nova, chegou ao Hospital Prado Valadares, em Jequié, no dia 23 de janeiro, com um quadro de anemia profunda e imunidade debilitada. Mesmo com inúmeras transfusões de sangue, seus níveis permaneciam perigosamente instáveis e as plaquetas não se recuperavam como esperado. Com a gravidez agravando ainda mais o delicado quadro, a equipe médica recomendou urgência na consulta com um hematologista e a busca por cuidados especializados.
Na tentativa de salvar a jovem, a transferência foi finalmente realizada na noite de sábado (8), levando-a ao Hospital Roberto Santos, em Salvador. Contudo, os esforços médicos, embora intensos e dedicados, não foram suficientes para reverter o quadro crítico. Na madrugada de domingo, Kari sucumbiu às complicações, deixando um vazio irreparável e uma dor imensa em seus entes queridos.
A família de “Kari” não poupou palavras ao descrever a experiência: a luta pela transferência e o tratamento se transformaram em um verdadeiro pesadelo. Entre lágrimas e lembranças de uma jovem marcada pelo carisma e pela força, os familiares expressam o lamento pela perda prematura, questionando a demora e as dificuldades enfrentadas no acesso à assistência médica adequada.
Enquanto a comunidade de Boa Nova e o Distrito do Valentim se une em solidariedade, a memória de Kari permanece como símbolo de resiliência e amor. Seu legado de vida intensa e inspiradora ecoa nos corações de quem teve o privilégio de conviver com ela. Em meio ao luto, a tragédia também levanta reflexões profundas sobre os desafios e entraves do sistema de saúde, lembrando-nos que, muitas vezes, a burocracia e a falta de recursos podem transformar esperanças em desolação.
A história de Kari, repleta de coragem e de uma luta incansável, deixa um recado doloroso: o direito à saúde não pode esperar. Que sua memória impulsione mudanças e que, no futuro, nenhuma família precise enfrentar um pesadelo tão devastador quanto este.