Em tempos recentes, a região de Vitória da Conquista e o Sudoeste da Bahia assistiram a uma transformação drástica em suas práticas agrícolas. No passado, muitos produtores arrancaram suas plantações de café para dar lugar a pastagens para gado, uma escolha que parecia economicamente viável na época. No entanto, hoje o café é altamente valorizado, com preços que alcançam R$ 45 por quilograma, refletindo sua importância no mercado nacional e internacional.
De forma semelhante, o cacau, outrora desprezado, agora atinge preços históricos, impulsionando o mercado interno. A arroba de cacau foi negociada a R$ 1.029 na praça de Ilhéus, evidenciando a recuperação de um mercado que havia sido negligenciado. Essa valorização do cacau e do café serve como um lembrete das oportunidades perdidas quando essas culturas foram substituídas por outras atividades agrícolas.
A Lição do Passado
A história recente nos ensina que a substituição de culturas tradicionais por outras atividades pode ser um erro caro. Em Vitória da Conquista, a escolha de arrancar plantações de café para pastagens foi uma decisão que, na época, parecia lógica, mas hoje se revela como um equívoco. O mesmo ocorreu com o cacau no Sudoeste, onde a substituição por outras culturas ou usos do solo resultou na perda de uma oportunidade econômica significativa.
A Jaca: Um Recurso Subutilizado
Enquanto o café e o cacau já são reconhecidos por seu valor, a jaca emerge como uma nova promessa. Na Índia e na China, a jaca é uma iguaria altamente valorizada, e esses países importam grandes quantidades da Tailândia. No entanto, em nossa região, observamos uma prática que nos faz refletir sobre o uso dos recursos naturais. Em São Miguel e Santo Antônio de Jesus, por exemplo, pés de jaca estão sendo cortados para fabricar móveis luxuosos, como mesas de cozinha e salas para os ricos. Essa escolha, embora lucrativa no curto prazo, ignora o potencial econômico e sustentável que a jaca poderia oferecer se cultivada e comercializada adequadamente.
Empreendedores visionários, como Maria Edivângela, já transformaram a jaca em um negócio lucrativo, gerando emprego e renda, e estão prestes a exportar com o apoio da ApexBrasil. Isso demonstra que a jaca pode ser uma fonte de renda significativa para pequenos e médios agricultores, caso seja explorada de forma sustentável.
Conclusão
O café, o cacau e a jaca são mais do que produtos agrícolas; são oportunidades para o desenvolvimento sustentável e econômico do Brasil. É hora de aprender com os erros do passado e aproveitar as oportunidades que a terra nos oferece. Com sabedoria e visão, podemos cultivar hoje o que será o “ouro verde” de amanhã, garantindo um futuro próspero para nossos agricultores e comunidades. A escolha está em nossas mãos: podemos repetir os erros ou escrever uma nova história de sucesso e sustentabilidade.
Este texto foi escrito a quatro mãos por Gedel Couto e Padre Carlos