A situação política na Bahia, em 2025, reflete uma complexa dinâmica de poder e influência, que pode ser analisada à luz da famosa citação de Marx: “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.” Essa perspectiva nos ajuda a entender como eventos passados podem se repetir de maneira diferente, mas com consequências semelhantes.
Recentemente, a Bahia tem sido palco de uma disputa intensa entre partidos políticos, especialmente entre o PT e o União Brasil, com vistas às eleições de 2026. O governador Jerônimo Rodrigues, do PT, busca a reeleição, enquanto o UB, liderado por ACM Neto, enfrenta desafios para manter sua influência. A construção de uma “super chapa” petista, que inclui Jaques Wagner e Rui Costa, exclui o PSD e o MDB, gerando tensões na base do governo.
Essa situação lembra o episódio de 2016 em Vitória da Conquista, onde o prefeito, apesar de gozar de grande aprovação, não conseguiu eleger seu sucessor. Isso ilustra a dificuldade de converter aprovação em votos, um desafio que Jerônimo Rodrigues também enfrenta. A pesquisa Genial/Quaest mostra o governador empatado tecnicamente com ACM Neto, com 38% e 42% das intenções de voto, respectivamente.
A alta aprovação do governo de Jerônimo Rodrigues, que subiu para 61%, contrasta com a dificuldade de traduzir essa aprovação em votos. Esse fenômeno é semelhante à “tragédia” de 2016, onde a popularidade não se converteu em sucesso eleitoral. Agora, em 2026, a repetição dessa dinâmica pode assumir um tom de “farsa”, pois, apesar da aprovação, a capacidade de mobilizar votos efetivos permanece incerta.
Além disso, a influência de figuras como Lula, fundamental para a eleição de Jerônimo em 2022, agora está diminuída. A aprovação do governo Lula está em baixa, o que afeta sua capacidade de influenciar eleições regionais, especialmente no Nordeste. Isso reflete a “farsa” da repetição histórica, onde o impacto de lideranças nacionais sobre o cenário local se torna menos eficaz.
Em resumo, a política na Bahia está marcada por uma complexa interação de forças, onde a aprovação popular não garante sucesso eleitoral e a influência de lideranças nacionais está em declínio. A repetição de padrões históricos, como a dificuldade de converter aprovação em votos, assume um tom de “farsa”, destacando a incerteza e a complexidade do cenário político atual.
Padre Carlos