Política e Resenha

Mais uma Derrota para o PT: Sheila Lemos Sólida no Poder

 

 

Mais uma vez, a prefeita Sheila Lemos, sai vitoriosa contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Não é novidade: em 2016, seu grupo já havia imposto uma derrota histórica ao seu adversário petista, Zé Raimundo, encerrando um domínio que o PT exercia sobre a cidade desde meados da década de 1990. Esta vitória esmagadora, foi um recado claro das urnas que reverberou como um terremoto político na região. No entanto, o que realmente chama a atenção não é apenas a força do mandato de Sheila, mas a teimosia do PT em querer, a qualquer custo, reverter essa escolha popular no “tapetão” — termo que, no jargão político brasileiro, descreve uma vitória obtida por manobras judiciais, e não pelo voto. Essa insistência, além de infrutífera, está enfraquecendo ainda mais o campo da esquerda local, levantando dúvidas sobre os limites dessa disputa e seus impactos na cidade. 

Uma Vitória Incontestável e uma Derrota Histórica 

Para compreender o peso dessa situação, é preciso voltar a 2020. Sheila Lemos, então vice-prefeita, assumiu a prefeitura após o falecimento trágico do prefeito Herzem Gusmão, vítima da COVID-19. Candidata à reeleição, ela enfrentou Waldenor Pereira, um experiente deputado federal do PT, e venceu com uma maioria avassaladora. Não foi apenas uma derrota para o PT; foi um marco. Desde os anos 1990, o partido não sofria um revés tão significativo em Vitória da Conquista, uma cidade que por décadas foi um reduto da esquerda no interior da Bahia. A vitória de Sheila representou uma ruptura, um sinal de que os ventos políticos haviam mudado. Mas, em vez de aceitar o veredicto das urnas e se reorganizar, o PT optou por uma batalha judicial para questionar a legitimidade da prefeita. 

O Tapetão: Uma Estratégia Sem Futuro 

O PT alega irregularidades na campanha de Sheila Lemos. Não satisfeitos, os petistas recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo mais uma vez derrotado.  

 A pergunta que fica é: o que o PT espera ganhar com isso? Suponhamos, por um instante, que Waldenor conseguisse vencer “no tapetão”. Como ele governaria uma cidade onde a maioria esmagadora dos eleitores escolheu Sheila Lemos? Um mandato conquistado nos tribunais, sem o respaldo popular, seria frágil, ilegítimo e provavelmente ingovernável. Essa estratégia, portanto, não apenas é improvável de succeeder, mas também expõe a falta de visão política do partido diante de uma derrota tão evidente. 

O Preço da Insistência: Um Campo da Esquerda em Ruínas 

O comportamento do PT ao estender essa disputa tem um custo alto: o enfraquecimento do próprio campo da esquerda em Vitória da Conquista. Ao se agarrar a uma causa perdida, o partido passa a imagem de quem não respeita a democracia e prefere o litígio ao diálogo com o eleitorado. Esse apego ao confronto judicial aliena os cidadãos, que já demonstraram nas urnas seu desejo por mudança. Em vez de usar a derrota como uma oportunidade para refletir, se reinventar e reconquistar a confiança da população, o PT está cavando um buraco ainda mais fundo, comprometendo seu futuro na região. O que era um reduto sólido da esquerda está se transformando em um terreno movediço, e o partido parece ser o principal responsável por essa erosão. 

O Próximo Passo: O STF? 

Com mais uma derrota no TSE, já se especula que o PT possa levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas até onde vai essa obstinação? Um recurso ao STF seria mais um capítulo de uma novela que já se arrasta além do razoável, prolongando a instabilidade política em Vitória da Conquista. O STF, como última instância, não costuma reverter decisões eleitorais sem provas robustas de irregularidades — provas que, até o momento, o PT não conseguiu apresentar de forma convincente. Seguir por esse caminho seria apenas adiar o inevitável, desgastando ainda mais a imagem do partido e mantendo a cidade refém de uma disputa que já teve seu desfecho nas urnas. 

A Lição dos Profissionais de Saúde: Absorver a Derrota 

Além da política, há uma dimensão humana nessa história que não pode ser ignorada. Profissionais de saúde frequentemente alertam que uma derrota, seja ela qual for, precisa ser “absorvida” para evitar problemas mais sérios. O mesmo vale para o PT. Ao se recusar a aceitar o resultado de 2024, o partido não apenas prejudica a si mesmo, mas também contribui para um clima de polarização e incerteza que afeta toda Vitória da Conquista. Uma cidade precisa de estabilidade para prosperar, e essa teimosia judicial está minando justamente isso. A insistência em prolongar o conflito pode criar feridas sociais e políticas difíceis de cicatrizar, algo que o PT deveria ponderar antes de dar o próximo passo. 

Conclusão: Hora de Virar a Página 

Sheila Lemos derrotou o PT não uma, mas várias vezes — nas urnas e nos tribunais. Sua vitória é um reflexo da vontade popular, e sua permanência no cargo, uma prova da solidez de seu mandato. Para o PT, chegou o momento de reconhecer essa realidade e abandonar a ilusão de que o “tapetão” pode substituir o voto. Vitória da Conquista merece seguir em frente, livre das amarras de uma disputa que já foi decidida. Como dizem os profissionais de saúde, absorver uma derrota é o primeiro passo para a cura. Para o bem da cidade e do próprio campo da esquerda, é hora de o PT virar essa página e olhar para o futuro.