Política e Resenha

CHACINA ORQUESTRADA? OPERAÇÃO DESVENDA GRUPO DE EXTERMÍNIO COM POLICIAIS ENVOLVIDOS NO SUDOESTE BAIANO

A tranquilidade aparente do sudoeste baiano foi abruptamente rompida com a deflagração da Operação Suplicium, conduzida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que escancarou os bastidores sombrios de um suposto grupo de extermínio com atuação violenta e organizada na região. O mais alarmante: três policiais militares estão entre os investigados.

Na manhã desta quinta-feira, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências ligadas aos suspeitos, com foco principal em Vitória da Conquista, cidade que já vinha sendo apontada como centro de atuação do grupo. A operação envolveu forças conjuntas do Gaeco, Force, Corregedoria da SSP e da Polícia Militar, num cerco que pode vir a desmantelar uma rede de execuções clandestinas.

O CRIME QUE ACENDEU O ALERTA

Entre os casos que acenderam o sinal de alerta das autoridades está o assassinato de um homem detido por furto em um supermercado na cidade de Poções, em novembro de 2022. Após ser levado para Vitória da Conquista, onde prestou depoimento e foi liberado, o homem foi interceptado por um carro e executado minutos depois na Avenida Bartolomeu de Gusmão, uma das mais movimentadas da cidade.

As circunstâncias do crime, a ousadia dos executores e os indícios de envolvimento de agentes públicos no caso chocaram a população e motivaram o aprofundamento das investigações.

ALÉM DA FARDAM, A FACE OCULTA DA VIOLÊNCIA

As investigações agora buscam identificar o papel de cada um dos envolvidos e a extensão dos crimes praticados. Há suspeitas de que o grupo atuava não apenas com a conivência de membros da segurança pública, mas com a frieza de quem se considerava acima da lei.

O material apreendido será analisado para traçar os vínculos entre os crimes, inclusive com possíveis execuções extrajudiciais em série — crimes que atentam diretamente contra o estado democrático de direito.

O QUE VEM A SEGUIR?

O Ministério Público e a SSP prometem aprofundar as investigações e responsabilizar os culpados. Para os cidadãos de Vitória da Conquista e de toda a Bahia, fica a inquietante pergunta: quantos outros crimes como esse ficaram no silêncio, encobertos pela própria estrutura que deveria garantir a segurança?

A Operação Suplicium, cujo nome remete ao suplício infligido às vítimas, pode ser o início de um novo capítulo na luta contra a violência institucionalizada e pela reconstrução da confiança na justiça.

Enquanto isso, o sudoeste baiano assiste estarrecido ao desdobramento de uma trama que parece saída de um filme policial — mas que é real, brutal e inaceitável.