Neste domingo crucial, o Equador se encontra em uma encruzilhada definidora. De um lado, a proposta de continuidade conservadora, representada pelo atual presidente Daniel Noboa; do outro, a esperança de mudança e justiça social encarnada pela advogada Luisa González, porta-voz de um projeto progressista que busca resgatar o país das garras da desigualdade e da violência que se aprofundaram. As urnas fecham às 17h, e a nação prende a respiração, aguardando os resultados iniciais que devem começar a surgir em poucas horas.
O primeiro turno, com uma diferença mínima (44,17% para Noboa contra 44% para González, segundo os dados disponíveis), já demonstrou a profunda divisão do país, mas, mais importante, revelou a força extraordinária do campo progressista. Quase metade do eleitorado sinalizou um desejo claro por um caminho diferente, um que priorize o investimento social, a proteção dos direitos e a busca por soluções estruturais para a crise de segurança – um flagelo que, não podemos esquecer, floresce em terrenos adubados pela exclusão e pela falta de oportunidades, legados muitas vezes negligenciados por gestões conservadoras focadas em soluções meramente paliativas ou repressivas.
Enquanto ambos os candidatos prometem combater a criminalidade galopante – extorsões, assassinatos, sequestros –, a abordagem da esquerda, representada por González, tende a ir além da resposta puramente policial. Entende-se que a segurança duradoura só pode ser construída sobre pilares de bem-estar social, educação de qualidade, emprego digno e um Estado presente que ampare seus cidadãos, especialmente os mais vulneráveis. A promessa de González ressoa com aqueles que anseiam por um Equador onde a segurança seja um direito de todos, não um privilégio, e onde as causas profundas da violência sejam enfrentadas com coragem e investimento público.
A expectativa que paira sobre o Equador nestas próximas horas é, portanto, carregada de significado para as forças progressistas. A margem apertada esperada para hoje reflete não apenas uma disputa acirrada, mas a possibilidade real de reverter políticas que aprofundaram a crise e de inaugurar um novo ciclo. A mobilização popular em torno da candidatura de González é um testemunho da vitalidade da esquerda e da sua capacidade de apresentar um projeto de futuro que dialogue com as necessidades urgentes da população.
Os resultados que emergirão após as 19h (horário local, duas horas após o fechamento das urnas) não serão apenas números; serão o reflexo da vontade de um povo que teve de escolher entre visões de mundo distintas. Para a esquerda equatoriana e latino-americana, cada voto contado a favor de Luisa González representa um passo adiante na luta por um continente mais justo, soberano e igualitário. A esperança é que a voz das urnas confirme o desejo de mudança que pulsou forte nas ruas e que ecoou no resultado expressivo do primeiro turno. O Equador merece um futuro onde a dignidade e os direitos sejam a base da reconstrução nacional. Aguardamos, com otimismo cauteloso, que esse futuro comece a se desenhar hoje.