Política e Resenha

Até Quando o Brasil Vai Fechar os Olhos para os Crimes da Lava Jato?

 

 

 

 

Por Padre Carlos

Há imagens que não apenas chocam — elas ferem. A que traz a procuradora Laura Tessler com a frase “Vai ser divertido detonar a imagem do 9” é uma dessas. Ela não machuca apenas a memória de um líder político. Ela rasga, sem cerimônia, o tecido já esgarçado da nossa democracia. Revela, com todas as letras, que parte da força-tarefa da Lava Jato não queria justiça — queria vingança, espetáculo, poder.

Não estamos mais falando de suspeitas. Estamos falando de fatos, de conversas vazadas que demonstram um comportamento criminoso, movido por interesses pessoais e políticos, de servidores públicos pagos com o suor do povo. A força-tarefa que jurava combater a corrupção se valeu de métodos corruptos, ilegítimos e, sim, criminosos. E o que o Brasil fez até agora? Silenciou.

É inadmissível que até hoje esses procuradores e juízes continuem impunes, muitos ainda ocupando cargos de relevância e influência. O recado que se passa à nação é devastador: quem abusa do poder, manipula provas e destrói reputações pode seguir sua vida normalmente — desde que vista a toga ou o terno do Ministério Público.

Não se trata de defender A ou B. Trata-se de defender o país. Trata-se de garantir que nunca mais um grupo de homens e mulheres públicos possa se reunir nos bastidores da República para tramar a destruição de um cidadão — qualquer cidadão — por puro prazer ou conveniência política.

Quem garante que essas pessoas não agirão novamente da mesma forma? Quem garante que, em outro momento, outro “9” não será escolhido para ser “detonado” apenas porque representa uma ameaça a interesses velados? O silêncio é perigoso. A omissão é cúmplice.

O Brasil precisa de uma resposta firme. Não apenas moral, mas legal. Os crimes cometidos por membros da Lava Jato precisam ser apurados com rigor, julgados com isenção, e punidos com o mesmo peso que eles aplicaram — seletivamente — contra tantos. Justiça para todos. Inclusive para os que se escondem atrás da toga.

Não descansaremos. Não esqueceremos. E não perdoaremos a impunidade.