Em entrevista exclusiva ao blog Política e Resenha, o cantor Márcio Victor, vocalista do Psirico, falou sobre os desafios e as alegrias de manter uma carreira sólida no Carnaval e no cenário do pagode baiano há mais de duas décadas. Com respostas marcadas por emoção e consciência social, ele revelou como a persistência e a autenticidade foram essenciais para sustentar a trajetória de sucesso do grupo.
“Minha entrega é quase 24 horas pensando no Psirico”, disse o artista ao relembrar a trajetória da banda e os anos de experimentação que antecederam o sucesso global de “Lepo Lepo”. Márcio também destacou que o grupo enfrentou resistência e preconceito no início, mas encontrou forças na originalidade e na conexão com as raízes culturais:
“Acho que não dá pra gente ser cópia de ninguém. O diferencial do Psirico é se renovar a cada ano, mantendo a essência.”
Além do ritmo contagiante, Márcio vê na música e no Carnaval um espaço legítimo de resistência e expressão política. Vestindo roupas que simbolizam cultura, dança e ancestralidade, ele ressalta que suas canções também carregam mensagens de respeito às religiões, combate ao feminicídio e educação humanizada:
“O Carnaval é tipo um grito de guerra. As pessoas extravasam ali suas dores e suas lutas, e a música vira uma forma de protesto e cura.”
Canções como “Firme e Forte” e “Chua Chua”, segundo ele, tratam de temas sociais e emocionais profundos, mostrando que o Psirico vai além da folia. “Quando a chuva leva tudo, a gente canta a dor e também a força de continuar”, disse, comovido.
Encerrando a entrevista, Márcio Victor anunciou que o grupo já prepara um novo projeto após o São João, focado no resgate do pagodão raiz. Ele celebrou o sucesso da música “Mole Mole”, que trouxe parcerias com grandes nomes do gênero como Pagodart, Rubinho, Falcão (Guiguigeto) e Compadre Washington (É o Tchan).
“O povo está pedindo o pagodão, e a gente vai atender. Vamos lançar mais uma bomba depois do São João.”
Com 25 anos de carreira, Psirico continua se reinventando sem perder a essência, provando que o Carnaval — e a música baiana — ainda são trincheiras de cultura, resistência e alegria.