Lula lidera todos os cenários de 2026, aponta pesquisa Quaest
A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest (abril/2025) reforça o cenário de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegaria ao segundo turno como franco favorito, mesmo enfrentando resistência. Em todos os confrontos simulados de segundo turno, Lula aparece à frente de seus possíveis adversários da direita. Segundo o levantamento (2.004 entrevistados, margem de erro de 2 pontos), o petista varia entre 42% e 45% das intenções de voto nos cenários testados, mantendo-se à frente dos rivais em todas as simulações. Mesmo em um momento de queda de popularidade, Lula apresenta “números competitivos” para a reeleição, o que significa que, nas urnas simuladas, ele venceria qualquer candidato de direita.
Nos confrontos diretos, Lula supera todos os adversários testados por margens confortáveis. O cenário mais embolado é Lula x Jair Bolsonaro: 44% contra 40% (empatados dentro da margem de erro de 2 pontos). Contra Michelle Bolsonaro, o presidente mantém 44% contra 38%; e contra Tarcísio de Freitas (Rep.), 43% a 37%. Nos demais cenários, a vantagem de Lula cresce: ele teria 42% contra 35% de Ratinho Júnior (PSD), 44% contra 35% de Pablo Marçal (PRTB), 45% contra 34% de Eduardo Bolsonaro (PL), 43% contra 31% de Romeu Zema (Novo) e 44% contra 30% de Ronaldo Caiado (União). Em termos de diferença, isso representa de 4 até 14 pontos percentuais de vantagem para Lula – a maior delas sobre Caiado, por 14 pontos (44%×30%), e margens de 6 a 11 pontos sobre a maior parte dos demais oponentes.
Gráfico ilustrativo (dados Genial/Quaest – abr/2025): intenções de voto simuladas em segundo turno, comparando Lula e os principais candidatos de direita. Em todos os cenários Lula (barras vermelhas) aparece claramente à frente dos adversários (barras cinza). Esses resultados mostram que Lula forma uma frente estável contra cada um dos rivais testados. Por exemplo, ele lidera 6 pontos contra Michelle Bolsonaro (44%×38%) e Tarcísio (43%×37%), 7 pontos contra Ratinho Jr. (42%×35%) e 9 pontos contra Marçal (44%×35%), ultrapassando a barreira dos 10 pontos de vantagem em dois embates (11 pontos sobre Eduardo e 12 sobre Zema). Em suma, Lula sai na frente em todas as simulações, com resultados “competitivos” em cada disputa.
Simulações de segundo turno: os números consolidados aparecem na tabela abaixo. Em cada linha, o percentual de intenções de voto de Lula e do adversário indica a vitória do petista. Observe que Lula mantém algo em torno de 42–45% das intenções em todos os cenários, enquanto nenhum rival ultrapassa 40% (sendo Bolsonaro o máximo, 40%).
Disputa (2º turno) | Lula (PT) | Oponente | Indecisos | Brancos/Nulos |
---|---|---|---|---|
Lula x Jair Bolsonaro (PL) | 44% | 40% (Bolsonaro) | 3% | 13% |
Lula x Michelle Bolsonaro (PL) | 44% | 38% (Michelle) | 3% | 15% |
Lula x Tarcísio de Freitas (Rep.) | 43% | 37% (Tarcísio) | 4% | 16% |
Lula x Ratinho Júnior (PSD) | 42% | 35% (Ratinho Jr.) | 4% | 19% |
Lula x Pablo Marçal (PRTB) | 44% | 35% (Pablo Marçal) | 4% | 17% |
Lula x Eduardo Bolsonaro (PL) | 45% | 34% (Eduardo) | 4% | 17% |
Lula x Romeu Zema (Novo) | 43% | 31% (Romeu Zema) | 5% | 21% |
Lula x Ronaldo Caiado (União) | 44% | 30% (Ronaldo Caiado) | 4% | 22% |
Fonte: Genial/Quaest (entrevistas presenciais 27–31.mar.2025).
Além dos números, a pesquisa sondou o sentimento de “medo” do eleitorado em relação às lideranças. Lá também Lula sai em vantagem indireta: 44% dos brasileiros dizem temer a volta de Bolsonaro ao poder, enquanto 41% afirmam temer a reeleição de Lula. Em termos estatísticos, as duas respostas estão empatadas (dentro da margem de erro). Isso indica que, apesar da rejeição alta a ambos (55% de eleitores afirmam que não votariam nem em Lula nem em Bolsonaro), o receio do retorno de Bolsonaro ainda é ligeiramente maior do que o receio de outro mandato petista. De toda forma, mesmo entre os eleitores apavorados com a continuidade de Lula, o presidente mantém vantagens sólidas em cenários eleitorais. Ou seja, o “medo do retorno de Bolsonaro” é enquadrado por um “medo da reeleição de Lula” quase tão grande, mas em ambos os casos quem fica na frente na preferência do eleitorado é Lula.
É preciso contextualizar, no entanto, que Lula enfrenta hoje altos índices de insatisfação e rejeição. Segundo a própria Quaest, 62% acham que ele não deveria disputar a reeleição (apenas 35% acham que deveria) – o pior patamar desde que a série começou. Sua taxa de rejeição chega a 55%, igualando a de Bolsonaro. Mesmo assim, esses dados negativos não contradizem diretamente a força eleitoral de Lula: historicamente, mais brasileiros podem não querer outro governo petista, mas quando for para escolher entre Lula ou um candidato de direita mais à direita, a vantagem continua com o petista. Esse fenômeno decorre em parte da falta de alternativas carismáticas e da própria rejeição do campo bolsonarista: sem Bolsonaro no páreo, o eleitor conservador fica dividido entre nomes menos expressivos (Tarcísio, Michelle, Ratinho, Marçal etc.), o que dilui seus votos e favorece o governador Luiz Inácio Lula da Silva.
Em suma, mesmo diante de adversidades – queda da aprovação e alta rejeição – Lula sairia vitorioso de todos os cenários testados para 2026. A pesquisa mostra que ele estaria tecnicamente empatado (ou à frente) do ex-presidente Bolsonaro no segundo turno, e lidera confortavelmente contra os demais nomes de oposição. Esse quadro sugere que o maior temor do eleitorado é a volta de Bolsonaro, mas, constatando os números da urna simulada, a preocupação com a permanência de Lula não se traduz em viabilidade de derrota. Pelo contrário, Lula consolida-se na liderança, exibindo vantagem em todos os confrontos críticos – o que sustenta a tese de que ele seria reeleito em 2026.
Conclusão: os dados divulgados em abril de 2025 indicam que Lula chegaria ao segundo turno das eleições de 2026 como o candidato favorito, mesmo com popularidade em queda. Em todas as simulações de segunda etapa, o petista aparece com mais votos que seus adversários simulados (de Bolsonaro a Marçal). Mesmo que parte do eleitorado tema a continuidade de seu governo (como mostrou o índice de “medo” de reeleição), essa rejeição não impede sua liderança. Na prática, o chamado “efeito Bolsonaro” – o receio de seu retorno – funciona mais a favor de Lula do que contra ele, pois desarticula a oposição sem permitir que surja outro nome forte na direita. Assim, diante dos números consolidados, a defesa de que Lula venceria todos os cenários de 2026 é coerente e respaldada pelos dados da pesquisa.
Fontes: Pesquisa Genial/Quaest (27–31.mar.2025) divulgada em 3/4/2025. Gráficos elaborados pelo autor com base nesses dados.