Política e Resenha

ARTIGO – O Xadrez Político de 2026 em Vitória da Conquista: A Hora da Unidade e da Estratégia

 

(Padre Carlos)

As movimentações políticas em Vitória da Conquista para as eleições de 2026 já começaram com intensidade e um grau de urgência que denuncia o quanto os bastidores estão fervendo. O encontro entre o presidente da Câmara Municipal, Ivan Cordeiro (PL), e a prefeita Sheila Lemos, sinaliza que o grupo que hoje comanda o executivo municipal entendeu algo fundamental: todo grande grupo precisa de representantes sólidos no parlamento, tanto estadual quanto federal, para manter influência e garantir recursos e obras para o município.

A prefeita, que já demonstrou habilidade política ao costurar apoios em eleições anteriores, parece compreender que o próximo passo é deixar um legado que transcenda sua gestão. Isso se faz, em parte, elegendo um sucessor confiável e, mais do que isso, posicionando esse nome no cenário estadual como representante de Vitória da Conquista. Nada mais lógico e estratégico do que eleger esse sucessor a deputado estadual, garantindo uma voz local na Assembleia Legislativa da Bahia.

Por outro lado, forçar uma candidatura local para deputado federal pode ser um erro de cálculo. A divisão de votos e a estrutura exigida para esse pleito tornam o desafio muito maior. Seria mais prudente, e politicamente inteligente, apoiar um nome de fora com capital eleitoral consolidado, reservando esse espaço federal para a própria Sheila nas eleições seguintes. Afinal, não seria ousado imaginar a prefeita se lançando à Câmara Federal em 2030, com o prestígio acumulado de uma boa gestão e de articulações exitosas.

Mas para que essa estratégia funcione, é necessário evitar a fragmentação. O grupo não pode repetir erros do passado, lançando múltiplas candidaturas que só servem para pulverizar votos e alimentar adversários. É hora de escolher um único nome, robusto, coerente com o projeto político em curso e com real capacidade de articulação. A unidade é a única chance de viabilizar uma eleição majoritária de impacto.

A história política recente de Conquista está repleta de lições sobre como divisões internas sabotaram projetos promissores. Se Sheila e seus aliados desejam continuar ditando o rumo da cidade, precisam entender que política se faz com estratégia, cálculo e, acima de tudo, com renúncia em prol do coletivo. E essa renúncia, por vezes, significa abrir mão de projetos individuais para fortalecer o grupo.

É chegada a hora de pensar grande. E quem pensa grande, não joga sozinho.