Política e Resenha

CARLO ANCELOTTI É O NOVO TÉCNICO DA SELEÇÃ BRASILEIRA

 

Por um Brasil que sonha alto, a CBF aposta no comando de um dos maiores técnicos da história do futebol mundial

Em um movimento ousado e histórico, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta segunda-feira (12) que Carlo Ancelotti, multicampeão italiano e atual treinador do Real Madrid, será o novo técnico da seleção brasileira. A decisão promete sacudir as estruturas do futebol nacional — e reacender a chama de um país que há mais de duas décadas vive à sombra da sua própria glória no cenário mundial.

O anúncio chega apenas um dia após a derrota do Real Madrid por 4 a 3 para o Barcelona, pela LaLiga. Mas o que parece apenas uma coincidência de calendário é, na verdade, o prenúncio de uma nova era: a era Ancelotti. A CBF bateu o martelo e não poupou cifras para atrair o comandante. O italiano de 65 anos receberá um salário estimado em R$ 60 milhões por ano, o dobro do que recebia Tite, seu antecessor nas Copas de 2018 e 2022. É o maior salário da história para um técnico de seleções — um investimento que coloca o Brasil no topo não apenas do talento, mas também da ambição.

E a aposta não é à toa. Ancelotti é simplesmente o único treinador com quatro títulos da Champions League no currículo e vencedor de ligas nacionais nas cinco principais potências do futebol europeu: Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Espanha. Mais do que um técnico, ele é um gestor de talentos, um CEO do futebol. Não se apega a esquemas rígidos; adapta-se. Ele não impõe fórmulas prontas; escuta o time, compreende seus jogadores e os transforma em protagonistas. Kaká, Cristiano Ronaldo, Shevchenko e Benzema são apenas alguns dos craques que sob sua batuta atingiram o ápice da carreira com a Bola de Ouro nas mãos.

Mas por que agora?

A seleção brasileira vive um dos períodos mais turbulentos de sua história recente. Após uma eliminação melancólica na Copa de 2022 e sem técnico desde a saída de Dorival Júnior em março, o time amarga uma campanha morna nas Eliminatórias para a Copa de 2026 — atualmente em quarto lugar, dez pontos atrás da Argentina. No campo, falta alma. Fora dele, reina o caos na gestão da CBF.

Ancelotti representa mais do que uma esperança tática: ele simboliza estabilidade, profissionalismo e visão a longo prazo. Uma cláusula contratual prevê até aumento de 20% em seu salário caso o Brasil alcance a semifinal da próxima Copa — um incentivo de alto padrão para um técnico que não entra em campo para cumprir tabela, mas para fazer história.

Ainda que não seja o primeiro estrangeiro a comandar o escrete canarinho — nomes como Ramón Platero (Uruguai), Joreca (Portugal) e Filpo Nuñez (Argentina) o precederam há décadas —, Ancelotti é, disparado, o mais emblemático. Ele chega num momento em que o Brasil não precisa apenas de um técnico. Precisa de um líder. De alguém que entenda o peso da camisa amarela, mas que não se deixe afundar por ele.

Carlo Ancelotti não será apenas o homem à beira do campo. Ele será o símbolo de uma nova era. Se a CBF tiver coragem de dar-lhe autonomia e respaldo, o futebol brasileiro pode, enfim, voltar a ser temido, respeitado — e vencedor.

Agora, é com ele. E com todos nós.