Política e Resenha

A DESIGUALDADE NA DISTRIBUIÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS: O QUE JUAZEIRO TEM QUE VITÓRIA DA CONQUISTA NÃO MERECE?

 

 

 

 

 

O contraste é gritante e inaceitável. Enquanto contemplamos a grandiosidade da obra em Juazeiro da Bahia – uma duplicação de ponte com extensão até a rotatória da Ceasa e a construção de três viadutos – não podemos deixar de sentir o peso da injustiça que recai sobre Vitória da Conquista. Uma obra financiada integralmente com recursos públicos do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), sem pedágios, sem concessões, sem cobranças de qualquer natureza ao cidadão.

São 180 milhões de reais em investimento direto! Um valor expressivo que demonstra, sem sombra de dúvidas, que há dinheiro público disponível para infraestrutura quando existe vontade política. Este não é um problema de escassez de recursos, mas de prioridades e articulação política.

O que nos falta em Vitória da Conquista? Por que uma cidade de tamanha importância econômica e social para a Bahia permanece negligenciada enquanto vemos recursos jorrando para outras regiões? Esta não é uma crítica à obra em Juazeiro – que merece e necessita dessa infraestrutura – mas um questionamento sobre a ausência de isonomia na distribuição dos investimentos públicos.

É inadmissível que, diante da comprovação prática de que o governo federal tem capacidade de financiar obras estruturantes sem recorrer a concessões, ainda tenhamos que aceitar a privatização como única saída para o desenvolvimento da nossa região. A entrega de nossas estradas a concessionárias não pode ser a única alternativa apresentada, enquanto vemos o DNIT atuando com vigor em outras localidades.

O momento exige união. A sociedade civil organizada, empresários, trabalhadores e representantes políticos de todos os espectros ideológicos precisam formar uma frente única em defesa dos interesses de Vitória da Conquista. Não podemos permitir que esta disparidade continue a aprofundar as desigualdades regionais.

Que fique claro: não estamos mendigando favores. Estamos exigindo equidade! Se há recursos para Juazeiro, deve haver também para Vitória da Conquista. O DNIT precisa incluir nossa cidade em seu planejamento estratégico com a mesma prioridade concedida a outras regiões da Bahia.

A hora da passividade acabou. É tempo de mobilização, de pressão organizada e constante sobre os órgãos responsáveis. Não aceitaremos mais ser tratados como cidadãos de segunda classe, enquanto vemos o progresso despontar em outras regiões com financiamento público integral.

Reconhecemos o mérito da gestão federal em realizar obras importantes sem recorrer a pedágios, mas exigimos que esse mesmo tratamento se estenda à nossa cidade. A infraestrutura não é luxo – é necessidade básica para o desenvolvimento econômico, para a geração de empregos e para a qualidade de vida da população.

Vitória da Conquista não pede – reivindica seu direito ao desenvolvimento. E não descansaremos até que nossas vozes sejam ouvidas e atendidas com o respeito que merecem.