A deputada federal Lídice da Mata (PSB) destacou, nesta sexta-feira (3) a importância da aprovação do texto-base do projeto de lei que sobre a tributação dos super-ricos e das offshores na Câmara dos Deputados.
Em conversa com a imprensa, durante a abertura do Festival Liberatum, a parlamentar ainda detalhou como foram as tratativas com os demais integrantes da Câmara dos Deputados para a aprovação do projeto.
“Eu acho muito positivo, acho que ele até foi limitado em função da necessidade de compor com o centrão, com outras forças. A Câmara é isso, você chega com posições de um jeito e vai amoldando aquilo que é possível de ser votado. E o voto é sempre aquilo que chegar no meio do caminho”, disse Lídice.
“A esquerda infelizmente não tem número suficiente para ter um voto só dela, e fazer vitória só com os votos dela. Então tem que compor com os partidos de centro. Compor até, às vezes, com a direita, para que passe uma coisa deles e passe outra nossa, então é assim que acontece as votações”, acrescentou.
“Nós precisamos fazer com que as pessoas tenham responsabilidade com um investimento no Brasil. Nesses últimos anos, as pessoas ganham dinheiro, saem do Brasil. Muitos que moram fora do Brasil e vêm aqui só na hora que lhes interessa, e investem o seu dinheiro lá fora. Então, do ponto de vista das empresas, isso já havia uma taxação. Mas, do ponto de vista individual do CPF, essa taxação não existia”, destacou a parlametar.
Lídide ainda se mostrou surpresa com o voto contrário um nome próximo da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O deputado federa Otto Filho (PSD), filho do senador Otto Alencar (PSD), votou contra o projeto. Além dele apenas os bolsonaristas Roberta Roma e Capitão Alden, ambos do PL, optaram de forma contraria ao projeto.
“Eu não vi o voto de ontem. Não tenho nem ideia do que foi, porque eu estava muito voltada para a votação, a votação não foi presencial só, então eu não vi o voto dele. É uma posição própria dele, a gente tem que respeitar”, afirmou Lídice.
Esta não é a primeira vez que Otto Filho se envolve em uma polêmica em meio a uma votação na Câmara. Em julho deste ano, ele votou contra a prorrogação de benefícios fiscais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para plantas automobilísticas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e quase compromete a vinda da BYD para a Bahia.