Política e Resenha

PCdoB Não Comparecerá ao Encontro do PT em Conquista

 

Certamente, todos já ouvimos a máxima popular que diz: “fulano está colhendo o que plantou.” No intricado campo da política, essa expressão não é apenas uma sabedoria popular, mas um reflexo fiel das complexidades e reviravoltas que permeiam as alianças partidárias. Recentemente, essa trama política se desenrola entre o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido dos Trabalhadores (PT), revelando fissuras e questionamentos sobre a lealdade e o reconhecimento mútuo.

Historicamente, o PCdoB foi um aliado sólido do PT, compartilhando trincheiras e ideais no cenário político brasileiro. No entanto, essa lealdade nem sempre foi reconhecida pelos petistas, como evidenciado pela reviravolta envolvendo a vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). O acordo inicial que reservava a vaga para os comunistas foi subitamente alterado, deixando a posição nas mãos do PT, que já indicou os últimos quatro conselheiros.

Essa mudança de planos não apenas frustra as expectativas do PCdoB, mas também o deixa em uma posição de desprestígio. A decisão de não honrar o compromisso previamente acordado é um golpe para a confiança política e um sintoma de um relacionamento desgastado entre os dois partidos. Além disso, outras questões, como a ameaça de não ceder vagas na federação para quadros comunistas, adicionam mais elementos a esse tabuleiro complexo.

Como resposta a essas reviravoltas, o PCdoB optou por não participar do evento do PT estadual em nossa cidade. Uma decisão marcada pela insatisfação e pela recusa em prestigiar aqueles que, segundo o partido, votaram contra o Deputado Fabrício para ocupar o TCM. O PCdoB, ao tomar essa posição, envia uma mensagem clara de descontentamento e afirmação de seus princípios.

Naturalmente, o PCdoB poderá argumentar que o evento do PT não é aberto e que têm o direito de se reservar. No entanto, essa ausência fala mais alto do que meras questões de protocolo. Ela reflete a profunda discordância e a sensação de traição que permeiam as relações entre os partidos, questionando a reciprocidade e a sinceridade nas alianças políticas.

Nesse contexto, a máxima popular ganha uma dimensão peculiar. O que está em jogo não é apenas uma colheita individual, mas sim a colheita de um pacto político que, aparentemente, não foi irrigado com a mesma lealdade que um dia floresceu. Resta observar como essa narrativa se desdobrará e como as sementes plantadas no passado florescerão ou definharão no complexo jardim da política.

Padre Carlos