Política e Resenha

Show milionário em meio à seca: um retrato cruel da desigualdade brasileira

O cancelamento do show de Gusttavo Lima em Campo Alegre de Lourdes, Bahia, após a justiça determinar a suspensão do pagamento milionário ao cantor, escancara a profunda desigualdade que marca a sociedade brasileira. De um lado, a ostentação de um cachê exorbitante em um município que vive a dura realidade da seca e da falta de recursos básicos. Do outro, a frustração de comerciantes que investiram na expectativa de lucros durante a festa e agora amargam prejuízos.

Enquanto a população local sofre com a escassez de água e a precariedade dos serviços públicos, a prefeitura se dispunha a desembolsar R$ 1,3 milhão para contratar um artista famoso. Essa discrepância é um insulto à miséria que assola o município.

É inaceitável que, em meio à situação de emergência, as prioridades da gestão municipal estejam tão distorcidas. A verba exorbitante destinada ao show poderia ser utilizada para investimentos em infraestrutura, saúde, educação ou ações de combate à seca.

O caso de Campo Alegre de Lourdes não é isolado. Em diversos outros municípios brasileiros, vemos a reprodução de uma lógica perversa, onde o dinheiro público é direcionado para eventos faraônicos e supérfluos, enquanto as necessidades básicas da população são ignoradas.

É urgente que o debate sobre a gestão dos recursos públicos ganhe força no país. Precisamos cobrar dos nossos representantes políticos um compromisso real com o desenvolvimento social e a justiça social.

É inadmissível que, em pleno século XXI, milhões de brasileiros ainda vivam em condições precárias, enquanto recursos públicos são dilapidados em shows milionários.

A sociedade brasileira precisa se mobilizar para exigir um modelo de gestão mais justo e transparente, que priorize o bem-estar da população e combata a desigualdade que tanto nos envergonha.

O que podemos fazer?

Cobrar dos nossos representantes políticos um compromisso real com o desenvolvimento social e a justiça social.
Exigir transparência na gestão dos recursos públicos.
Denunciar casos de má gestão e desvio de verbas.
Participar de debates e mobilizações sociais que lutam por um Brasil mais justo.
Somente com a participação ativa da sociedade civil poderemos construir um país mais justo e igualitário, onde o bem-estar da população seja a prioridade absoluta.