Política e Resenha

Candidatos e a Manipulação da Opinião Pública

 

A recente notícia veiculada em um blog da nossa cidade sobre a comemoração de um deputado em relação às licitações das estradas que conectam Vitória da Conquista a diversos povoados da nossa cidade traz à tona uma questão recorrente e preocupante: a postura de alguns candidatos políticos em busca de votos.
É lamentável constatar como, em períodos pré-eleitorais, alguns postulantes a cargos públicos surgem repentinamente interessados nos problemas da cidade, buscando, de maneira desesperada, capitalizar eleitoralmente em cima de ações governamentais que deveriam ser encaradas como parte natural da administração pública.
No caso em questão, o político se mostra eufórico com as notícias sobre as licitações das estradas, apresentando-as como uma grande conquista e reforçando sua imagem perante os eleitores como um político atuante e preocupado com o desenvolvimento da região. No entanto, é preciso questionar: até que ponto essas ações são genuínas e desvinculadas de interesses eleitorais?
A estratégia de vincular conquistas governamentais à figura do político em período eleitoral não é novidade. Muitas vezes, obras e projetos que já estavam em andamento são apresentados como grandes feitos dos candidatos, numa clara tentativa de manipular a opinião pública e angariar votos. É uma prática que desrespeita a inteligência do eleitor e compromete a ética na política.
Além disso, é fundamental destacar o papel da imprensa e dos veículos de comunicação na cobertura desses eventos. A divulgação de notícias sem o devido contexto e análise crítica apenas contribui para a disseminação de uma narrativa conveniente aos interesses dos políticos, em detrimento da informação objetiva e imparcial.
Diante desse cenário, cabe ao eleitor exercer seu papel de forma crítica e consciente, não se deixando iludir por discursos vazios e promessas eleitoreiras. É preciso cobrar transparência e compromisso por parte dos candidatos, exigindo que suas ações estejam pautadas pelo interesse público e não por interesses pessoais ou partidários.
Em suma, a instrumentalização da máquina pública para fins eleitorais e a manipulação da opinião pública por parte de candidatos representam um grave desvio ético que compromete os princípios democráticos e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É hora de repensarmos nosso sistema político e promovermos uma verdadeira renovação na forma de fazer política.
Padre Carlos