Política e Resenha

Lídice da Mata é escolhida nova vice-líder do Governo na Câmara

 

 

Quando a notícia da escolha de Lídice da Mata para exercer a função de vice-líder do Governo na Câmara chegou aos meus ouvidos, uma onda de nostalgia me envolveu. Lembrei-me da menina que conheci no movimento estudantil no final da década de setenta, quando a política fervilhava nas universidades e a juventude sonhava com mudanças profundas. Lídice era parte dessa efervescência, uma voz destemida que ecoava nos corredores das assembleias e nos debates acalorados.
Naquela época, só existia esquerda dentro da tendência popular. Os partidos de esquerda, como o PCdoB, eram a voz dos oprimidos, dos que ansiavam por justiça social e igualdade. A Viracao, movimento estudantil do qual Lídice fazia parte, era um caldeirão de ideias, paixões e utopias. Acreditávamos que poderíamos mudar o mundo, e Lídice personificava essa esperança.
Agora, décadas depois, Lídice da Mata assume um novo papel na política brasileira. Sua indicação como vice-líder do Governo na Câmara é um reconhecimento de sua habilidade como articuladora e de seu trânsito com deputados de diferentes correntes ideológicas. Ela é uma ponte entre os diversos interesses que permeiam o Congresso Nacional.
Mas o que aconteceu com aquela menina idealista que conheci? O que aconteceu com a Viracao e com o fervor das lutas estudantis? A política mudou, os tempos são outros, e a esquerda não é mais a única voz no cenário político. Hoje, há uma diversidade de partidos e ideologias, e a polarização se intensificou.
Lídice da Mata, agora no quarto mandato de deputada federal, traz consigo a experiência de quem já foi constituinte e senadora. Ela conhece os meandros do poder, os jogos políticos e as negociações nos bastidores. Sua trajetória é marcada por altos e baixos, vitórias e derrotas, mas sua paixão pela política permanece intacta.
A escolha de Lídice como vice-líder do Governo é um sinal dos tempos. A política exige pragmatismo, diálogo e habilidade para construir consensos. Lídice, com sua bagagem e sua história, pode contribuir para a
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governabilidade e para a busca de soluções para os desafios que o país enfrenta.
No entanto, a nostalgia persiste. Lembro-me daquela menina que sonhava com um mundo mais justo e igualitário. Lídice da Mata, agora no centro do poder, carrega consigo a esperança de muitos que acreditam que a política pode ser transformadora. Que ela saiba equilibrar a pragmática com a utopia, a experiência com a paixão, e que sua trajetória inspire outros jovens a se engajarem na construção de um Brasil melhor.

Padre Carlos

Nota: Este artigo de opinião reflete a visão do autor e não necessariamente a posição oficial do Blog Política e Resenha.