Nos corredores do poder, onde os sussurros se tornam notícias e os gestos são analisados com lentes de aumento, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), emergiu da quietude para esclarecer polêmicas envolvendo sua atuação à frente da Casa. Em uma longa conversa com o blog de Daniela Lima, do G1, Lira avaliou que a controvérsia sobre sua suposta omissão na escolha dos líderes das comissões é uma tempestade em copo d’água.
O cerne da questão gira em torno do não envolvimento direto de Lira nos nomes escolhidos pelos partidos para liderarem comissões importantes da Câmara dos Deputados. Uma crítica, particularmente vinda da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que lamentou o não veto a indicados considerados radicais pelo Partido Liberal (PL), como Nikolas Ferreira (PL-MG) para a Comissão de Educação, levantou dúvidas sobre a postura do presidente da Casa.
No entanto, Lira reafirmou seu compromisso com o acordo estabelecido entre os partidos para um rodízio nas principais comissões, ressaltando que sua função não é interferir nas escolhas dos líderes. “Nenhum presidente da Câmara tem direito ou atribuição de interferir na escolha dos líderes para as comissões”, afirmou categoricamente.
O presidente da Câmara destacou ainda que qualquer tentativa de veto por sua parte seria um abuso de poder e uma afronta à democracia. “Isso seria antidemocrático — e, além do mais, eu não faço censura a nenhum deputado”, enfatizou.
Sobre as preocupações levantadas quanto ao impacto dessas nomeações no andamento dos projetos na Casa, Lira tranquilizou, argumentando que o plenário não será “sequestrado pelas comissões”. Em sua visão, todas as comissões têm sua importância, porém, estas não devem sobrepujar o papel central do Parlamento.
Quanto à pressão pela antecipação do debate sobre sua sucessão, Arthur Lira foi categórico: “Querer apressar a disputa da Câmara como a do Senado é querer enfraquecer o Parlamento. É uma estratégia”, deixando claro seu compromisso com a estabilidade institucional.
Em um momento em que as vozes da oposição e da situação ecoam nos corredores do Congresso Nacional, a postura de Arthur Lira se mostra firme, respaldada pelo cumprimento dos acordos estabelecidos e pela defesa dos princípios democráticos. Resta agora observar como esse diálogo entre poderes se desdobrará nos próximos capítulos da política nacional.
Por Maria Clara, articulista do Política e Resenha