A Petrobras, gigante brasileira de energia, se encontra em um momento de turbulência sem precedentes. De um lado, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, luta para destravar o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas. Do outro, os cinco conselheiros escolhidos pelo governo Lula travam uma batalha para conter o que consideram uma “política de raspar o tacho”.
No centro da disputa está um estudo técnico que aponta riscos de endividamento caso todos os dividendos sejam distribuídos de imediato. Prates, que defendia a liberação total dos recursos, se absteve na votação, enquanto os representantes do governo impuseram a retenção de metade do valor em um fundo.
A decisão gerou um terremoto na estatal. Aliados de Prates acusam “sabotagem” e argumentam que a retenção ofusca os recordes de lucro da companhia em 2023. Já o governo celebra o fim da “raspar o tacho” e defende a necessidade de investimentos estratégicos.
A crise se intensifica a sete semanas da Assembleia Geral da Petrobras, quando os conselheiros podem ser trocados. A lista enviada pelo governo mantém os nomes de todos os envolvidos na disputa, mas a troca de cadeiras ainda é possível.
Guerra de versões e interesses em jogo
Prates nega que haja rompimento com os conselheiros, mas reconhece o “estresse” na alta cúpula. A divergência se estende ao plano de investimentos da companhia, com o governo incluindo três itens que elevam o orçamento de US$ 80 bilhões para US$ 102 bilhões. Prates nega alterações no plano.
Para piorar, a crise expõe a desconfiança entre governo e acionistas minoritários, que temem uma maior intervenção estatal na Petrobras. Os conselheiros dos minoritários alertam que a estatal precisa dar lucro e já está investindo tudo o que consegue.
O que o futuro reserva?
A batalha entre Prates e o governo coloca em jogo o futuro da Petrobras. A decisão sobre os dividendos, os investimentos e a composição do conselho definirão os rumos da estatal nos próximos anos.
Em meio à guerra de versões e interesses em jogo, cabe ao governo e à Petrobras encontrarem um terreno comum que atenda aos interesses da companhia, dos acionistas e do país. A Petrobras precisa de paz para navegar em um mercado turbulento e seguir como um dos pilares da economia brasileira.
Maria Clara, Articulista do política e resenha