Ainda que a possibilidade de uma federação entre PSB e PDT seja discutida fervorosamente em alguns estados, na Bahia, as negociações parecem encontrar mais obstáculos do que pontes. As lideranças partidárias envolvidas buscam incessantemente encontrar um terreno comum, mas as declarações do presidente estadual do PDT, o deputado federal Félix Mendonça, lançam dúvidas sobre a viabilidade desse acordo.
Mendonça ressalta que o PDT, um partido com raízes históricas na defesa do trabalhismo e da educação, não pode arriscar-se a perder sua identidade em uma possível federação com o PSB, assim como teria ocorrido com outras siglas que se aliaram ao PT. O receio de perder autonomia e se tornar um mero coadjuvante parece ser um dos principais pontos de atrito entre os partidos.
A situação na Bahia se mostra ainda mais complexa devido às divergências de rumo entre os dois partidos. Enquanto o PSB sinaliza apoio ao grupo do prefeito Bruno Reis, que inclui o PDT, surgem questionamentos sobre a real possibilidade de uma aliança consistente. A disputa pela prefeitura de Salvador em 2024, onde ambas as siglas têm representação significativa, adiciona uma camada adicional de desafio às negociações.
Embora os impasses sejam evidentes, há quem mantenha uma esperança cautelosa de que um ajuste ainda possa ser alcançado. A deputada federal Lídice da Mata, do PSB, indica que desentendimentos podem ser superados, especialmente quando as eleições nacionais se aproximam. Contudo, as perspectivas de uma recomposição parecem diminuir à medida que o tempo passa.
O PSB, que chegou a aprovar a composição da federação em sua Executiva nacional, vê-se agora à procura de alternativas diante da relutância dos pedetistas. A possibilidade de alianças com outras siglas, como Solidariedade, Avante ou PSDB, ganha destaque como plano B para o partido.
Em um cenário onde incertezas e divergências permeiam as discussões políticas, resta observar se as lideranças conseguirão transpor as barreiras e efetivar uma união que, até o momento, parece estar mais distante do que nunca na terra de todos os santos.
Maria Clara, articulista do Política e Resenha