Política e Resenha

Pituba nos Anos 60: Uma Viagem Emocional pelos Laços do Passado

 

A nostalgia é um sentimento profundamente enraizado na natureza humana, uma força poderosa que nos transporta através do tempo, resgatando lembranças preciosas e emoções indeléveis. É uma jornada sentimental que nos permite revisitar momentos marcantes de nossas vidas, revivendo experiências que moldaram quem somos hoje.

 

Quando a nostalgia nos envolve, é como se desejássemos que o tempo retrocedesse, que pudéssemos reviver aqueles dias dourados, não apenas em memória, mas em realidade. A saudade da infância, dos amigos da Pituba, do Clube Português, do Colégio Nossa Senhora da Luz, do Armazém Popular da Cabana de Pedro e tantos outros. Estou falando daquela vida simples e feliz dos anos sessenta. Sim, ela nos faz refletir sobre a natureza humana de valorizar o passado, foram estas pessoas e histórias que nos construíram e tornaram o que somos hoje.

 

Eu sei que o saudosista anseia por viver novamente no passado, porém este sentimento não é saudosismo, ele tem características de nostalgia. Isto porque, o nostálgico usa essas lembranças como inspiração para seguir em frente. A máxima de que “o que passou, passou” não ressoa para quem sente a nostalgia profundamente. Para nós que vivenciamos este bairro se transformando de um balneário para um bairro de classe média, o passado é uma presença viva, intocável, mas sempre perto do coração.

 

É como se abríssemos uma porta secreta para um mundo perdido no tempo, um mundo repleto de cores vívidas, aromas familiares e sons reconfortantes. É um convite irresistível para voltarmos àqueles dias dourados, quando a vida parecia mais simples e as preocupações eram menores.

 

Com a evolução das redes sociais, a distância entre o passado e o presente parece diminuir. Desta forma, uma simples mensagem de um amigo, acompanhada de fotografias da velha turma da Pituba, despertou em mim um turbilhão de sentimentos e me transportou de volta àqueles tempos idílicos. Neste momento, a nostalgia se torna uma experiência sensorial, onde as imagens e palavras me levaram a uma viagem emocional, reacendendo em mim a alegria e a ternura daquelas épocas passadas.

 

 

A verdadeira essência da nostalgia é a capacidade de sentir saudade, um traço inerente ao ser humano. Eu agradeço a Rogério por ser esta ponte que proporciona a gente fazer esta viagem e todas aquelas pessoas, todas aquelas famílias: Sr. Jalpery, Sr. Espinheira, Sr. Valdomiro, Sr. Filinho e tantas outras que fizeram parte e fazem parte da nossa história de vida. Sim amigos! A nostalgia é o sentimento que nos define, que molda nossa percepção do tempo e da vida.

 

Sejam as risadas despreocupadas de uma infância descompromissada, os jogos de rua compartilhados com amigos ou os abraços apertados de entes queridos que já partiram, a nostalgia nos permite reviver essas experiências com uma clareza e uma intensidade surpreendentes. É como se pudéssemos tocar o passado, mesmo que apenas por alguns instantes preciosos.

 

A nostalgia nos ensina que, embora não possamos tocar o passado daquela Pituba acolhedora, podemos abraçá-lo em nossos corações e permitir que ele ilumine nosso caminho no presente. Contudo, ela não é apenas uma fuga para o passado; é também uma fonte de inspiração para o presente e o futuro. Ao revisitarmos momentos significativos, somos lembrados das lições valiosas que aprendemos, das pessoas que nos influenciaram e dos valores que nos guiaram ao longo da jornada.

 

Em um mundo cada vez mais acelerado e impessoal, a nostalgia é um refúgio reconfortante, um lembrete de que sempre haverá um lugar especial em nossos corações para as memórias mais preciosas. Ela nos ensina a valorizar as pequenas coisas, as sutilezas que muitas vezes passam despercebidas no tumulto da vida moderna. Nos lembra da importância de cultivar relacionamentos significativos, de apreciar as belezas simples da natureza e de encontrar alegria nas pequenas conquistas diárias.

 

Em suma companheiros, minha nostalgia é mais do que uma mera saudade de vocês; é na verdade um elo emocional que nos une ao que fomos, ao que vivemos e às pessoas que amamos. É um lembrete de que, embora o tempo avance inexoravelmente, as memórias de uma Pituba acolhedora permanecem, eternas em nossa essência. Portanto, abraçemos a nostalgia como um tesouro precioso, uma jornada emocional que nos conecta às nossas raízes, nos fortalece e nos inspira a seguir em frente com coragem e gratidão.

 

Padre Carlos