Quando se trata de amor, muitos de nós anseiam por uma conexão profunda e duradoura. Um vínculo que transcenda os caprichos do momento e se erga como um monumento ao afeto verdadeiro. Contudo, definir os contornos do amor é uma tarefa tão desafiadora quanto tentar esculpir o vento.
O amor não é uma criação instantânea, moldada por um escultor com suas mãos habilidosas. Tampouco é um quadro pintado com cores vívidas, capturado em um único momento. Em vez disso, o amor é uma construção paciente, erguida tijolo por tijolo, com a argamassa da cumplicidade e o alicerce da confiança.
Tal como arquitetos das nossas próprias vidas, buscamos construir um amor que perdure. Um lar emocional onde possamos nos abrigar das intempéries da vida, compartilhando a jornada com um companheiro fiel. Não um amor apressado, mas aquele que floresce com o tempo, tecendo uma tapeçaria rica em memórias e experiências partilhadas.
Em um mundo efêmero, onde relacionamentos se desfazem como castelos de areia, ansiamos por algo mais perene. Desejamos um companheirismo que transcenda as estações, que sobreviva às tempestades e celebre os dias de sol com a mesma intensidade. Um porto seguro onde nossos corações possam ancorar, não por medo da vastidão do mar, mas pela certeza do abrigo que encontramos um no outro.
O amor que perdura é aquele que se renova a cada amanhecer, encontrando beleza na rotina e fortalecendo-se nos desafios. É um projeto contínuo, uma construção em andamento, onde cada tijolo adicionado representa um compromisso renovado, um passo adiante na jornada compartilhada.
Assim como um edifício se ergue sólido e imponente, o amor construído tijolo por tijolo adquire uma robustez única. Ele se torna um refúgio contra as adversidades da vida, um santuário onde podemos nos expressar livremente e crescer juntos.
Nessa empreitada de construir um amor duradouro, devemos lembrar que somos os arquitetos de nossas próprias vidas. Cabe a nós escolher os materiais, traçar os planos e erguer os alicerces. E, acima de tudo, devemos reconhecer o valor da jornada compartilhada, celebrando o amor em todas as suas formas, sabendo que, no fim, é o amor que nos constrói, tijolo por tijolo, em direção ao céu.
Padre Carlos