Política e Resenha

Jejum, Religião e Tradição: A Importância de Olhar para o Coração

 

 

A prática do jejum na Quaresma, de origem católica, é uma tradição milenar que continua sendo defendida pelo Papa Francisco. No entanto, Sua Santidade destaca que a oração e a esmola são tão importantes quanto o jejum, mostrando que o verdadeiro sacrifício está no coração e não apenas no estômago.
Essa mensagem tem ecoado na sociedade, gerando questionamentos sobre rituais religiosos e a necessidade de ser uma pessoa de “bom coração”. É justo afirmar que a prática de rituais não garante a bondade de uma pessoa, mas não devemos menosprezar as tradições e a religiosidade alheias.
O jejum é uma opção pessoal e facultativa, e sua abdicação não implica automaticamente em uma melhora do caráter. Em alguns casos, a crítica gratuita pode ser mais danosa do que o abandono de rituais. É preciso lembrar que apontar o dedo para os erros dos outros sem ser consultado pode revelar falta de empatia.
A prática do jejum não deve ser vista como uma panaceia para os problemas do mundo. Não adianta se abster de comer carne se não se cultiva o amor e a compaixão para com os outros, seja através da oração ou da solidariedade.
Para um povo, a cultura, a tradição e a religião são pilares fundamentais da identidade. O exemplo do povo judeu, que manteve sua cultura e fé por dois mil anos sem uma nação, demonstra a força da tradição como um elo entre as gerações e a comunidade.
Em conclusão, o jejum na Quaresma, assim como outras práticas religiosas, deve ser visto como um meio de cultivar a bondade e a espiritualidade, mas nunca como um fim em si mesmo. O verdadeiro significado do sacrifício está em nossos atos de amor e compaixão, e é essa mensagem que devemos levar para além do período de Quaresma e integrar em nossas vidas diariamente.