Em meio à crescente crise de confiança que assola o mundo político, encontramos uma fonte inesperada de inspiração para os líderes em um animal altamente subestimado e vilipendiado – o lobo. Este animal magnífico, tão frequentemente retratado como um predador frio e insaciável, possui muitas das qualidades que sentimos falta em nossos políticos.
Ao contrário da imagem de traição e oportunismo que caracteriza grande parte da classe política, os lobos são ferozmente leais. Eles passam toda a vida com um único parceiro, respeitando uma espécie de contrato social inquebrável. Não apenas isso, mas eles cooperam entre si para a caça, o cuidado dos filhotes e a defesa do território, colocando os interesses do grupo acima dos individuais.
A inteligência dos lobos é outro exemplo a ser seguido. Eles são capazes de planejamento, comunicação e resolução de problemas em um nível sofisticado e impressionante. Como disse o lendário etólogo David Mech, “os lobos são capazes de planejar, pensar, comunicar-se uns com os outros, tomar decisões e agir individualmente ou em conjunto”. Quão refrescante seria ver nossos líderes adotando tal abordagem racional e colaborativa?
O senso de piedade e honra dos lobos é um traço digno de emulação. Eles poupam as vidas dos rivais vencidos em uma luta, um ato raro na natureza, e cuidam de seus idosos. Em contraste, a política é frequentemente marcada pela retórica de ódio, o desprezo pela fraqueza e a disposição em descartar aliados no caminho para o poder.
Nossa percepção enganada dos lobos como criaturas gananciosas e cruéis é resultado de muitos anos de ignorância e medo. De forma semelhante, muitos políticos têm distorcido a verdade e cultivado a divisão para seu próprio ganho. Talvez seja hora de reconsiderarmos nossas concepções errôneas e aprender com a lealdade, inteligência e cooperação dos lobos. Afinal, eles podem ser muito mais humanos do que alguns de nós.
