A luz da justiça parece ter sido encoberta pelas sombras da conivência na Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (UESB). O recente embate entre o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e a Reitoria da instituição revela não apenas a suspeita, mas a certeza de um sistema que, ao invés de proteger os direitos de seus membros, parece se curvar aos interesses obscuros daqueles que cometem assédio moral.
A denúncia do Sinjorba ecoa não apenas como um alerta, mas como um grito por justiça em um ambiente que deveria ser o epicentro do saber e da ética. Desde março de 2023, quando quatro jornalistas bravamente levantaram suas vozes contra o assédio moral perpetrado pelo chefe da Assessoria de Comunicação e da TV e Rádio UESB, a batalha pela verdade tem sido árdua e dolorosa.
A saga dos jornalistas, que encontraram coragem para enfrentar uma cultura institucional de silêncio e submissão, não deveria ser manchada por uma investigação negligente e tendenciosa. No entanto, o relato do Sinjorba pinta um quadro alarmante de uma comissão de investigação que não apenas falhou em seu dever, mas parece ter sido deliberadamente conduzida para abafar as vozes daqueles que clamam por justiça.
O processo administrativo disciplinar (PAD) descrito pelo Sinjorba não é apenas uma falha na administração interna da UESB, mas um golpe na confiança de todos os que acreditam na integridade e na transparência das instituições acadêmicas. Ao ouvir apenas testemunhas favoráveis ao acusado, desconsiderando depoimentos cruciais e entregando o relatório final ao advogado do investigado antes mesmo de sua homologação oficial, a comissão deixa claro seu compromisso não com a verdade, mas com a ocultação dos fatos.
A pressa em concluir o processo, a inclusão de depoimentos sem o consentimento das vítimas e a tentativa flagrante de influenciar uma ação civil pública em curso são não apenas violações éticas, mas crimes contra a justiça e a dignidade humana.
O Sinjorba, ao denunciar essa flagrante injustiça, não apenas cumpre seu papel de guardião da verdade, mas também ergue a voz em nome de todos aqueles que foram silenciados e oprimidos. A batalha pela justiça não termina aqui. O caso do PAD, rotulado de “fajuto” pelo Sindicato, deve ser levado não apenas ao Ministério Público, mas também à consciência coletiva de uma sociedade que não pode mais tolerar o obscurantismo e a impunidade.
A Reitoria da UESB tem a responsabilidade não apenas de corrigir suas falhas, mas de reconstruir a confiança e a integridade que foram abaladas por suas ações. O caminho para a verdade e para a justiça pode ser íngreme, mas é o único que nos levará à luz que tanto almejamos.