Política e Resenha

CPI ou Campanha? Oposição em Vitória da Conquista usa denúncias antigas como arma política

 

Uma nova controvérsia se abate sobre a política de Vitória da Conquista. Vereadores da oposição querem instaurar uma CPI para investigar possíveis irregularidades na Secretaria de Saúde, ocorridas durante a gestão do falecido prefeito Herzem Gusmão. A denúncia, feita pelo próprio prefeito em 2020, ganha novas dimensões agora, em uma época de pre-campanha política.
É importante que as instituições cumpram seu papel de fiscalização e controle. Contudo, a motivação e a cronologia dos fatos neste caso suscitam questionamentos. Por que esperar quatro anos para agir sobre uma denúncia já conhecida? Por que a oposição não levou o caso adiante antes? E o próprio procurador, que fez as denúncias por conta própria, não compunha mais a Secretaria de Saúde na época?
Não se nega que o assunto merece atenção, pois envolve recursos públicos e possíveis irregularidades na saúde, uma área fundamental para o bem-estar da população. No entanto, a forma como o assunto é tratado parece mirar mais em interesses políticos do que em verdadeiros esclarecimentos.
A oposição deve buscar respostas e apresentar provas concretas, se quiser ser levada a sério. Usar uma CPI como palanque político em meio a uma pre-campanha eleitoral é desrespeitoso com os cidadãos e com a memória do prefeito falecido. Afinal, ele mesmo denunciou as irregularidades e buscou a apuração dos fatos.
Se há suspeitas de crimes, a polícia e o Ministério Público devem agir com diligência. Mas usar essas denúncias como arma política parece mais um jogo de interesses do que uma preocupação genuína com a verdade e a justiça.
É hora de levar a sério as instituições e as responsabilidades públicas, deixando os jogos políticos de lado. O povo de Vitória da Conquista merece mais do que palanques; merece governantes comprometidos com o desenvolvimento da cidade e a melhoria das condições de vida de seus habitantes.