Em um cenário de luta incessante contra o Aedes aegypti, Vitória da Conquista celebra uma vitória parcial, mas significativa, na batalha contra as doenças transmitidas pelo temido mosquito. O mais recente Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) de 2024 revelou uma redução notável na proliferação do vetor da dengue, zika e chikungunya na cidade.
Os números são claros e animadores: uma queda de 2,6% desde o último levantamento, realizado apenas alguns meses atrás. Esse declínio representa uma diminuição de 3,0 pontos percentuais em relação aos preocupantes 5,6% registrados anteriormente. Contudo, apesar do progresso, Vitória da Conquista ainda se encontra na faixa de médio risco, um lembrete contundente de que o trabalho está longe de ser concluído.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em estado de alerta permanente, identificou 19 áreas críticas na cidade, onde o índice de infestação alcança níveis alarmantes. Bairros como Henriqueta Prates, Cruzeiro e Bem Querer emergem como focos de alto risco, com índices que chegam a ultrapassar os 10%.
Os esforços incansáveis dos agentes de saúde são evidentes. Mais de 6.000 imóveis foram visitados e amostras coletadas em 80 bairros e loteamentos, revelando que a maioria dos focos de larvas ainda reside em depósitos de água ao nível do solo, como tanques e tonéis dentro das residências. Medidas simples, como a cobertura adequada desses recipientes, podem fazer uma diferença significativa na prevenção da reprodução do mosquito.
Renato Araújo, coordenador de endemias do município, destaca a eficácia das campanhas de combate, especialmente nos locais que apresentavam altos índices de infestação. Bairros como Recanto das Águas e Jurema viram seus índices zerados graças aos intensivos mutirões de limpeza.
Diante do novo panorama, a coordenação de endemias planeja intensificar ainda mais as ações preventivas, concentrando esforços nos bairros mais afetados. Supervisores já estão preparando pontos de apoio estratégicos para facilitar o trabalho dos agentes de combate às endemias.
No entanto, as estatísticas de arboviroses deste ano em Vitória da Conquista continuam a ser motivo de preocupação. Com quase 45.000 notificações de casos suspeitos e mais de 26.000 casos confirmados de dengue, a gravidade da situação não pode ser subestimada. Infelizmente, 21 mortes foram atribuídas à forma grave da doença, destacando a urgência de medidas preventivas eficazes.
A Prefeitura faz um apelo contundente à população, instando todos os cidadãos a redobrar os cuidados em seus lares. Eliminar qualquer acúmulo de água parada tornou-se uma prioridade absoluta. Denúncias sobre focos de proliferação do mosquito devem ser feitas imediatamente ao Centro de Controle de Endemias.
Em suma, enquanto Vitória da Conquista celebra um avanço na redução da infestação do Aedes aegypti, é imperativo manter o ímpeto no combate a essas doenças debilitantes. O progresso até agora é encorajador, mas a batalha está longe de ser ganha.