Em um incidente alarmante, um jovem de 19 anos foi brutalmente agredido por dois guardas municipais em uma oficina na cidade de Caraíbas. As agressões, que incluíram tapas, um golpe de “mata-leão” e ter suas mãos amarradas, foram capturadas por câmeras de segurança e têm gerado grande indignação e protestos na comunidade local.
O jovem, que pediu anonimato por temer represálias, tem sentido dores intensas e dificuldade para se alimentar desde o ocorrido. “Minhas costas e peito estão doendo, não consigo mexer o pescoço porque dói demais,” relatou, visivelmente abalado. Ele também descreveu dificuldades para comer, devido à dor e ao trauma, manifestando sua angústia e desespero: “Não consegui nem almoçar direito, comi um pouquinho e já estava dando ânsia de vômito.”
O incidente ocorreu quando a vítima foi buscar sua moto, que estava sendo consertada. Ao tentar sair com o veículo, os guardas municipais intervieram, alegando que a moto deveria ser apreendida, mas sem fornecer qualquer justificativa clara. Ao resistir, o jovem foi submetido a uma violência desproporcional e injustificada. “Eu estava de boa, fui pegar a moto na oficina, eles acharam que estava tirando onda com a cara deles, mas jamais,” explicou o jovem.
A Polícia Civil já afastou os dois guardas municipais envolvidos enquanto investiga o caso. O exame de lesão corporal foi agendado para avaliar a extensão dos ferimentos do jovem. Entretanto, a moto ainda não foi encaminhada à delegacia, aumentando a frustração e desconfiança da família.
A tia do jovem, que também prefere manter o anonimato, expressou a indignação da família: “A gente não vai deixar barato, a gente vai levar adiante, porque dessa vez foi muito grave. Meu sobrinho chegou a perder o sentido, chegou a espumar pela boca. E nós já temos outras ocorrências lá.”
Em resposta, a prefeitura afirmou que a moto está sob custódia da Polícia Militar e que os agentes ficarão afastados até o fim das investigações.
Este caso de violência policial não é um fato isolado na Bahia. Em São Gonçalo dos Campos, a cerca de 130 km de Salvador, outro adolescente de 17 anos foi agredido por agentes da Guarda Civil Municipal durante uma festa. O jovem foi golpeado com um cassetete e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após sofrer traumas na cabeça e passar por uma cirurgia.
Os incidentes revelam uma preocupante tendência de abuso de poder e violência por parte das forças de segurança municipais na Bahia. A comunidade clama por justiça e medidas concretas para evitar que tais atrocidades se repitam. A Corregedoria da Guarda Civil Municipal já iniciou investigações para responsabilizar os agentes envolvidos, mas a população exige mudanças estruturais e transparência nas ações policiais.
Esses episódios de brutalidade destacam a urgente necessidade de reformas na formação e na supervisão das forças de segurança, garantindo que os direitos humanos sejam respeitados e que os cidadãos possam confiar nas autoridades que deveriam protegê-los.