(Padre Carlos)*
Em tempos onde o materialismo e o individualismo parecem dominar nossa sociedade, sinto a necessidade de refletir sobre a verdadeira essência da vida. Constantemente sou lembrado de que vim ao mundo de mãos vazias e assim partirei. Esta simples verdade me confronta com a realidade da nossa existência: tudo o que acumulei em termos de bens materiais e status social é transitório.
Desde o meu primeiro suspiro, dependi dos cuidados alheios. Cheguei ao mundo fraco e desprotegido, necessitando do carinho e da dedicação dos outros. Esta dependência não se restringe aos meus primeiros dias; ela se manifesta também nos meus momentos finais, quando novamente precisarei que alguém cuide de mim. Esta realidade deve me inspirar a humildade e a gratidão, reconhecendo que a autossuficiência é uma ilusão.
Ao longo da vida, muitas vezes dedico-me a acumular riquezas, acreditando que posses materiais são sinônimos de sucesso e felicidade. No entanto, ao final, sairei deste mundo da mesma forma que entrei: sem nada. Esta constatação me leva a questionar a real importância dos bens materiais. Será que vale a pena dedicar tanto esforço e energia à acumulação de algo que, inevitavelmente, não levarei comigo?
Além disso, as emoções negativas como o orgulho, a malícia, a inveja, o ódio e o ressentimento me afastam dos outros e me impedem de viver plenamente. Estes sentimentos me corroem por dentro e destroem minhas relações. A vida é curta demais para ser consumida por tais negatividades. Em vez disso, devo cultivar a empatia, a compaixão e a generosidade, que enriquecem minha existência e fortalecem meus laços com os outros.
Meu tempo na Terra é limitado e esta é uma verdade incontestável. Esta consciência deve me motivar a viver de forma mais significativa, priorizando o que realmente importa: minhas relações, meus atos de bondade e a herança emocional que deixo. Cada momento é uma oportunidade para fazer a diferença, para amar, perdoar e criar memórias duradouras.
Concluindo, a efemeridade da vida é um poderoso lembrete de que devo viver com propósito e humildade. Meus bens materiais e status social são efêmeros, mas as minhas ações e a forma como trato os outros têm um impacto duradouro. Ao abraçar a humildade e a compaixão, posso transformar minha vida e as vidas daqueles ao meu redor, criando um legado de amor e humanidade que perdurará muito além do meu tempo na Terra.